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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Não tenho opinião sobre O velho e o mar

Exato, o título do post expressa tudo que senti ao término da obra. Talvez agora, após ter conversado com outras pessoas que leram, eu já consiga me sentir melhor sobre o livro, mas, quando eu terminei de ler a última palavra, fiquei tipo desorientada de sensações. Era só aquilo?

"Só aquilo" parece crueldade ou pobreza minha para falar de um livro tão importante, mas me permitam essa honestidade. Havia recebido indicações de pessoas que confio a respeito da leitura, mas durante e ao término dela fiquei com uma imensa sensação de frustração.

Nem a crueza nem as metáforas, pois sou acostumada com ambas as características em diversos livros, mas, para mim, Hemingway foi um tanto cru de forma que demorei demais a entender o que podia ou não ser metafórico por ali e fiquei assim sem opinião.

Há sim, não nego, uma beleza na história do pescador Santiago, considerado pescador sem sorte (e gente do mar é gente supersticiosa, vocês sabem), que após meses, dia após dia, sem conseguir peixe, se mete mais uma vez ao mar a fim de pescar algum graúdo e, ao fisgá-lo e ser fisgado por ele, persegue-o e é levado por ele. Santiago insiste no peixe durante dias até que consegue prendê-lo ao barco, o peixe é maior que qualquer outro que tenha visto na vida... mas ele é pescador sem sorte.

Sem sorte, mas cheio de perseverança, essa foi a única coisa que consegui extrair de cara de O velho e o mar, estamos diante de alguém que não se deixa levar simplesmente. E, quando deixa, não é por se entregar, mas por ir atrás do que almeja.

Olhando assim, até parece que encontrei algo mais profundo na obra, mas estou sendo honesta quando digo que não, essa foi uma leitura completamente despropositada para mim nesse momento.

Fiquei me sentindo extremamente pobre e insensível com a obra. Alguém além de mim se sentiu assim apática?

quinta-feira, 26 de março de 2015

E por falar em amor, Marina Colasanti

São tantas coisas a serem ditas que fica complicado colocar os pensamentos em ordem. Primeiro, quero agradecer a uma prima que me deu a oportunidade de conhecer Marina Colasanti, sua escrita, sua inteligência e sua doçura, é uma mulher que eu adoraria ouvir pacientemente, por isso, leio.

O primeiro contato que tive com a autora foi através de Contos de amor rasgados, um livro com continhos e mini continhos que falam de amor de uma forma bem peculiar. Esperava o mesmo de E por falar em amor, mas encontrei algo totalmente contrário. 

Nesse, Marina escreve textos sobre amor, juntando suas experiências, suas opiniões, suas pesquisas literárias, filosóficas e científicas e algumas cenas e passagens da vida alheia... os trechos, aleatórios, são amarrados pelas temáticas dos capítulos, Marina vai crescente.

E por falar em amor, amor é amor em qualquer canto, mas é muito interessante acompanhar a evolução das interpretações e atitudes do amor ao longo dos séculos e até mesmo suas transformações influenciadas por outras questões da sociedade. A autora conseguiu reunir um material muito vasto e que me surpreendeu bastante, pois como se fazia uma pesquisa em 1984 para reunir conteúdos de diversas áreas do conhecimento a fim de construir um livro?

Em alguns momentos, como é de praxe em livros assim, senti a leitura um pouquinho amarrada, sem fluência, mas talvez também seja o fato de eu estar há um bom tempo sem ler, né?! Eram os momentos que a Marina arriscava um pézinho na autoajuda e por falar em amor é sempre bom a gente não dar conselhos, não é verdade?

É um livro que retrata o amor, mas não só ele, estamos falando também de relações, de sexo e de paixões, ou a mistura de tudo isso, ou as motivações do amor, dos romances; passamos também pelos esteriótipos (sentir o amor é para as mulheres...) e pela desconstrução deles. Ou uma tentativa de justificar porque homens e mulheres têm visões tão diversas sobre esse assunto, mas uma justificativa mais apegada ao histórico-cultural da nossa sociedade.

Marina é uma autora bem feminina, mas sem pregar coisas piegas ou restringir a responsabilidade de zelar pela relação e romance à mulher. No mais, é uma leitura que recomendo, as vezes nos faz rir, as vezes nos traz boas reflexões e, no mínimo, nos faz pensar sobre nossas próprias interpretações de amor.

sábado, 21 de março de 2015

Doze sintomas do amor


Segundo Dorothy Tennov (1980), citada por Marina Colasanti (1984):
  1. Pensar obsessivamente no objeto amado.
  2. Absoluta necessidade de reciprocidade.
  3. Profunda dependência das atitudes do amado, na qual se procura constantemente uma resposta ao seu próprio amor.
  4. Incapacidade de amar outra pessoa.
  5. O único alívio é imaginar que o outro também nos ama.
  6. Medo da rejeição, e timidez paralisante frente ao amado.
  7. Os obstáculos parecem intensificar o sentimento.
  8. Necessidade de crer que, atrás da aparente indiferença do amado, se escondem sentimentos apaixonados.
  9. Dor na região do coração, nos momentos de incerteza.
  10. Sensação de flutuação toda vez que há sinais de reciprocidade.
  11. Intensificação do sentimento, que relega tudo o mais a segundo plano.
  12. Magnificação de todas as possíveis qualidades do amado e recusa a ver qualquer defeito.
Estou lendo o livro Por falar em amor da autora Marina Colasanti e adorei essa lista de doze sintomas do amor.. vocês se identificam com algum?

sexta-feira, 20 de março de 2015

O Hobbit, J. R. R. Tolkien

Sim, eu li o Hobbit e, sim, agora estou eu me metendo a resenhá-lo. É uma boa escolha para recomeçar minhas atividades aqui no blog... não?! É um risco, na verdade.

O Hobbit é a história que precede a trilogia O Senhor dos Anéis (que eu não li nem assisti) e conta a história de uma aventura vivida por Bilbo Bolseiro (ou Bilbo Baggins, em inglês) junto ao Mago Gandalf e 13 anões que tentavam recuperar toda sua riqueza há muito roubada por um dragão, Smaug. 

As aventuras são muitas, enfrentam trolls, orcs, lobos e elfos no caminho, tudo isso antes de encarar o próprio Smaug... e eu não sei o que estava exatamente esperando, mas adorei a história, apesar de achá-la lenta em diversos momentos. Não vou me ater aos já costumeiros elogios à Tolkien e sua criação, mas preciso dizer que me surpreendi. Quero dizer, até então, é um universo fantástico (sei que é muito mais explorado nos livros seguintes) e tão envolvente que não é nada difícil de ser absorvido e imaginado.

Tentei ler e assistir ao filme (Uma jornada inesperada) simultaneamente, mas o livro me ganhou por completo e a próxima coisa que farei é assistir o filme. 

Bilbo é uma doçurinha de personagem, com seus medos, sua sensatez, sua coragem, sua fome constante e sua lealdade aos anões, mesmo que muitas vezes no começo da aventura eles o subestimassem e  creio que não haveria escolha melhor para ser o Ladrão da Companhia. E a grande Companhia de Thorin, Escuro de Carvalho... as vezes a agitação dos anões me deixava extremamente irritada, mas muitas outras vezes me sentia satisfeita por ver a bondade deles em relação ao pequeno hobbit, mesmo quando eles não entendiam porque Gandalf havia o escolhido, eles não o deixavam para trás.

Além disso, narrativas em terceira pessoa são sempre melhores (na minha opinião, sem mais) por nos oferecerem um panorama maior dos fatos e a verdade sobre eles, a história é contada livre de opiniões e Tolkien tem um jeito especial de se dirigir ao leitor, adiantando e adiando aspectos da história na medida certa.

O melhor de todos os aspectos e essa característica costumo atribuir, em geral, aos clássicos é que: a história tem começo, meio e fim. O fim acontece. Especialmente, o fim de O Hobbit traz um sabor de fábula, vai além da simples resolução dos fatos.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Max e os felinos, de Moacyr Scliar

Max Schmidt é um jovem alemão, filho de um peleiro (um homem que vende peles de bicho, eu não conhecia o termo, ok) e, apesar de conviver com peles de animais, Max nutre um particular medo por um tigre empalhado que seu pai tem na sua loja, resultado de uma caçada na Índia. 

Desde pequeno, adorava histórias de aventura e sempre lê e relê uma coleção de livros cujo personagem principal viaja para vários países, é quando Max começa a se interessar pelo Brasil. Na Universidade, conhece um professor que também já viajou para o Brasil e adora suas histórias.

No período em que o Nazismo toma conta da Alemanha e a vida não está fácil para ninguém, para piorar as coisas, Max se envolve com uma mulher casada com um nazista e, quando o marido descobre a traição, Max precisa fugir para longe... o Brasil! Acaba embarcando num cargueiro com pessoas um tanto estranhas e, em pouco tempo, o barco afunda e Max fica à deriva num escaler com um... jaguar!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Lo-Li-Ta

“E eu não conseguia parar de olhar para ela, e soube tão claramente como sei agora, que estou prestes a morrer, que a amava mais que tudo que já vi ou imaginei na Terra, ou esperei descobrir em qualquer outro lugar.”
(NABOKOV, Vladimir. Lolita. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 323).

"O fato é que eu a amava. Tinha sido amor à primeira vista, à última vista, às vistas de todo o sempre."
(NABOKOV, Vladimir. Lolita. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 314).

Escolhi esses trechos tão doces para desmistificar um pouco o livro Lolita. À primeira lida na sinopse, a obra prima do Nabokov pode parecer um livro completamente asqueroso por narrar a história de um homem quarentão que se apaixona loucamente por sua enteada de 12 anos. Mas Lolita é muito mais que um livro sobre pedofilia.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Semana do Clássico: Frankenstein


Oi, gente, tudo bomm? Hoje nós encerramos a primeira semana do clássico do blog, mas em breve teremos mais e com novidades - leiam a parte azul no final.

Victor Frankenstein era um jovem inteligente e aplicado que tinha grande confiança no seu potencial e acreditava estar destinado a realizar uma grande obra. Depois de muitos estudos, ele descobriu como dar vida à matéria inanimada e criou um homem com estatura e força sobre-humanas entretanto seu sonho se torna um pesadelo [frase clichê, haha] quando a criação desperta e ele percebe que criou uma aberração, um monstro.

Criador e criatura se separam por um período, até que tornam a se encontrar ambos nutrindo o mais profundo ódio do outro.

Agora me dei conta que já falei tudo sobre Frankenstein nos outros dois posts dessa semana [aqui e aqui]

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pinóquio de Carlo Collodi


Era uma vez... Um carpinteiro tentando fazer uma perna para uma mesa com um pedaço de madeira que falava e sentia cócegas. Assombrado, ele deu esta madeira ao seu amigo Gepetto, que esculpiu um boneco e batizou-o Pinóquio, mas ele boneco e filho lhe deu muitos desgostos por ser um malandro e preguiçoso...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Gabriela, Cravo e Canela de Jorge Amado

Será que consigo transmitir para vocês tudo que Jorge Amado escreveu em Gabriela, Cravo e Canela?

Depois de longo tempo sem ler/resenhar clássicos, trago um livro da melhor qualidade para iniciar este mês de julho. Em seu romance, Gabriela Cravo e Canela, Jorge Amado usou Ilhéus como cenário de uma trama rica, bem elaborada e bem amarrada. A narrativa, em terceira pessoa, aborda três circunstâncias  paralelas.
O assassinato de Osmundo e Sinhazinha, pelo traído Jesuíno.
A disputa política entre Ramiro Bastos e Mundinho Falcão.
O envolvimento de seu Nacib e Gabriela.

Ilhéus é uma cidade em notável progresso, comandada há vinte anos por Ramiro Bastos, um homem respeitável, mas que acha que governar é calçar ruas e fazer jardins e não é adepto a algumas modernidades. Para lhe fazer oposição nas próximas eleições surge Mundinho Falcão, exportador de cacau vindo do Rio de Janeiro que tem investido no crescimento da cidade.
Mas o ano é 1925 e um homem traído só limpa sua honra se matar sua esposa e o amante, e é esta atitude que o coronel Jesuíno toma a respeito de Sinhazinha e o dentista Osmundo. O coronel é levado a julgamento, mas todos sabem que é mera formalidade porque certamente ele será absolvido.
O ponto de encontro de todos os personagens é o bar Vesúvio, administrado pelo árabe de nascença e grapiúna de vivência, seu Nacib. Entretanto sua cozinheira e arrumadeira decide cumprir uma antiga promessa de ir embora e ele se vê desesperado por encontrar uma substituta porque no dia seguinte ele tem uma encomenda de jantar para trinta pessoas. Buscando daqui e dali sem encontrar, ela acha no mercado de escravos Gabriela, imunda de poeira e rindo a toa como uma lesada e decide arriscar levá-la para casa.
Em casa, após um banho, ele descobre que Gabriela é uma linda mulher, cheiro de cravo e cor de canela. Gostosa na cama e excelente cozinheira. Mas ele se vê inquieto porque todos querem-na, ele tem medo de perdê-la e não pode se casar com mulher sem origem. Que fazer?

segunda-feira, 12 de março de 2012

A abadia de Northanger de Jane Austen


Catherine Morland é uma ex-feia de uma família numerosa que foi convidada pelo sr. e sra. Allen para passar seis semanas em Bath, participando de bailes, jantares e conhecendo gente nova.

A princípio o grupo não tinha amizades e a pobre Catherine não tinha com quem dançar nos bailes, este problema logo foi solucionado ao conhecer o sr. Tilney, um jovem que logo chamou sua atenção, mas a estadia dele durou muito pouco tempo e logo Catherine estava sozinha com a sra. Allen novamente, este outro problema se resolveu quando a sra. Thorpe encontrou a sra. Allen e ambas lembraram terem estudado juntas e logo retomaram a amizade.

Catherine ficou amiga da mais velha das três srtas Thorpe, Isabella e descobriram que seus irmãos James Morland e John Thorpen também são amigos.
A amizade de Catherine e Isabella se dá de uma forma muito rápida e nós sentimos aquele clima forçado pela falsidade, Isabella é muito rápida e Catherine é neutra.
Quando John e James chegam a Bath, formam-se dois casais e eles começam a fazer programas juntos.

John é um falastrão, chato que aproveita a paciência de Catherine para contar vantagens. James e Isabella vão se aproximando - também rápido demais.

Num baile, Catherine encontra o sr. Tilney, descobre que ele tem uma irmã, Eleanor Tilney e, para se aproximar do rapaz, decide logo firmar amizade, deixando Isabella e John de lado. Isabella finge estar muito ofendida, mas ela e James anunciam seu noivado enquanto o pai dos Tilney convida Catherine para passar uma temporada em sua residência, a abadia de Northanger.

Catherine fica muito feliz principalmente com a oportunidade de conhecer uma abadia porque ela é uma apaixonada leitora de romances góticos.

Eu ri bastante com a fértil imaginação de Catherine, foi uma das mais cativantes dentre as personagens da Austen, ela é ingênua, não é maliciosa e sempre vê o melhor das pessoas. Toda a maldade que ela vê no mundo é resultado da literatura que consome.

No ranking Jane Austen, este ocupa a terceira posição, sendo o mais divertido e menos denso, a leitura é mais descontraída e romântica.
(ah, o primeirão é Orgulho e preconceito, o segundo é Persuasão, este e, por fim, Razão e sensibilidade)

LEIAM Jane Austen, incautos!

|| Informações:
A abadia de Northanger
Jane Austen
Editora Martin Claret
Tradução de Roberto Leal Ferreira

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Viagem ao centro da Terra || Leitura crítica


Depois de duas indicações, eu precisava dar uma oportunidade urgente ao autor Júlio Verne! E foi a editora parceira Martin Claret que me proporcionou a maravilha de conhecer este grande escritor e em menos de 15 páginas eu já estava encantada com sua obra.
Esta 2ª edição da Martin Claret está mais bem trabalhada, capas e orelhas mais bonitas. A orelha e o final do livro têm informações sobre o autor.
Júlio Verne foi o precursor da ficção científica, ele conseguiu prever alguns avanços tecnológicos da humanidade, mas isso não é papo para agora.Ah, ele escrevia para o público juvenil, ou seja, apesar de ser um clássico, não é  difícil de ler ;D

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O médico e o monstro || Leitura Crítica


Como vocês devem saber, O médico e o monstro é um clássico de horror da literatura universal.
Antes de falar sobre o livro em si, eu quero falar a respeito de clássicos. O médico e o monstro é um livro que tem um grande potencial nas áreas de horror e suspense, mas, como todo clássico, a gente conhece a história mesmo sem ter lido o livro e isso torna a história um pouco menos arrebatadora, porque os mistérios sempre já estão revelados.
Seria um spoiler dizer que o Dr. Jekyll e Mr. Hyde são a mesma pessoa, mas acredito que todos vocês já sabiam disso, né?!
Mr. Utterson e Mr. Enfield estão conversando sobre Edward Hyde, um homem que desperta repulsa e sua incomum amizade com o bom Dr. Jekyll, um médico.
O enredo gira em torno de fatos que envolvem Mr. Hyde e Dr. Jekyll e situações que deixam estes homens tão paradoxais estranhamente ligados um ao outro.
Logo fica evidente que Jekyll e Hyde são a mesma pessoa, sendo um o lado bom e o outro o lado mau.
O médico e o monstro é uma obra que trata da dualidade do ser humano. Jekyll cria Hyde para expressar seu lado mau e, entre as trocas de personalidade, ele acaba perdendo o domínio sobre si mesmo.  E nos faz refletir sobre os dois lados que existem dentro de nós.
Quem predomina em você? Dr. Jekyll ou Mr. Hyde?

Beijos, até a próxima.

|| Informações:
O médico e o monstro
Robert Louis Stevenson
Martin Claret
125 páginas

|| Observações:
Resenha apenas sobre o livro O médico e o monstro, que foi o que li. Esta edição da Martin Claret traz dois contos anexos. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O misterioso caso de Styles || Leitura Crítica

Ontem estava conversando com um amigo sobre autores favoritos e, sim, Agatha Christie está entre meus dez. A mulher tinha uma mente engenhosa demais e eu sou fã dela, deliberadamente.

O misterioso caso de Styles é o primeiro livro de Agatha e é protagonizado por Hercule Poirot. Sendo também o quinto livro de Agatha que li, então tenho admiração justificada, embora nesta novela Agatha ainda esteja um pouco imatura.
O livro é narrado por Hastings. E nós sabemos que Arthur Hastings está para Hercule Poirot como Watson está para Sherlock Holmes.

Hastings está hospedado na mansão Styles quando a dona da casa morre envenenada, como sempre o ambiente está repleto de suspeitos pelos mais diversos motivos e o principal deles é o dinheiro.
O primeiro suspeito e mais evidente é Alfred Inglethorp, o recém esposo da senhora de Styles, entretanto ele estava ausente na hora do crime e é o primeiro que Poirot elimina de suspeitas.
O segundo suspeito é John Calvendish, o enteado mais velho da morta, que herdaria sua fortuna.
Depois temos Mary Calvendish, a esposa nada feliz de John, que anda muito amiga do Dr. Bauertein, um dos maiores especialistas em venenos do mundo. Este próprio é um suspeito.
Lawrence, o enteado mais novo também é tido como suspeito, tendo estudado medicina, ele apagou uma das provas e digitais suas foram encontradas em um frasco de veneno no hospital que Cynthia trabalha. Esta, por sua vez, é protegida da falecida e tem acesso a todos os tipos de veneno.
Evelyn Howard, ausente da casa na semana do crime, nutre um ódio mortal por Alfred e era a única devotada à sra. Inglethorp.

Agatha, no desenrolar do mistério, fornece aos poucos as pistas para elucidar o crime. Hercule Poirot usa o raciocínio lógico para compreender os fatos e, embora tudo seja esclarecido apenas no final, o caso é resolvido durante todo o enredo. Só algumas coisinhas ficaram abertas.

E (repito) não há como largar o livro antes de terminá-lo.

|| Informações:
O misterioso caso de Styles
Agatha Christie
Edameris
Tradução de Sylvio Monteiro
198 páginas

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fernando e Isaura || Leitura Crítica

Para mim é impossível falar da obra de Ariano Suassuna sem mencionar o amor inestimável que sinto por O auto da compadecida, perdi a conta de quantas vezes assisti à minissérie completa e ri das mesmas piadas, li o livro e ri das mesmas piadas, penso no meu amado Selton Mello e continuo rindo das mesmas piadas (sim, me apaixonei perdidamente por Selton Mello depois que o conheci com Chicó). O texto é escrito em forma de teatro (o que não me agrada muito) mas eu gostei de verdade.

Mas... Porém... Entretanto... Todavia... Contudo... Eu não gostei de Fernando e Isaura logo de cara. Não vou negar nem fingir! Com certeza o que me deixou desse jeito foi o sem ritmo muito apressado que as coisas aconteceram. Tipo, eles se viram e pá, tudo aconteceu. Além de ter sido muito rápido em questão de tempo, foi muito rápido no texto, Ariano quase não deu ênfase e emoção.

Talvez eu possa perdoar por ter sido o primeiro romance do autor (que é tão pernambucano e paraibano como eu) e por não conhecer o livro Tristão e Isolda (pois é, só assisti à adaptação).
Ponto positivo para esse português que eu conheço tão bem, o Ariano é super regionalista e tradicional, e também para os capítulos curtinhos que adiantam a leitura.
Enfim, vamos à conversa.
Fernando morava com Marcos, seu tio e pai de criação, quando este lhe pediu para ir representá-lo em seu casamento por motivos de trabalho. Apesar de achar estranha a situação, Fernando obedeceu.
Chegando ao destino, ele conheceu uma moça e se apaixonou perdidamente por ela e eles se amaram sem ao menos se conhecerem. No dia seguinte é que Fernando descobriu que aquela era a Isaura com quem seu tio estava se casando e Isaura soube que Fernando era o rapaz que vinha representando seu marido. Mas o ato já estava consumado.
Apesar do sofrimento, o casamento ocorreu como previsto e Isaura foi morar com seu esposo . No começo a convivência foi difícil até que eles decidiram não resistir mais à paixão e passam a se encontrar. Um tempo depois, uma fofoqueira contou a Marcos que Fernando e Isaura estavam tendo um caso e ele flagrou-os juntos, mas não fez nada contra eles dois, apenas expulsou-os de sua casa.
Fernando e Isaura partiram juntos com muito amor, pouco dinheiro e sem previsão de futuro.

Não, não adorei do livro.

|| Informações:
A história do amor de Fernando e Isaura
Ariano Suassuna
Editora Bagaço
155 páginas

|| Observações:
Hoje a história do amor de Jan e Milla tá completando 17 meses =)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um Conto de Natal || Leitura Crítica

Quem nunca assistiu alguma adaptação de Um Conto de Natal de Charles Dickens levante os braços _o_ Ainda bem, né?!
Um dos maiores clássicos universais, um dos mais simples e mais profundos (se você acredita no Natal, é lógico).
O livro é bem curtinho e eu só demorei a ler porque tinha outras coisas em mente (provas de química, por exemplo).
Talvez nós sejamos diferentes de Scrooge porque não ignoramos o Natal, mas em essência somos iguais: banalizamos o Natal. Estou exagerando? Pergunte a uma criança o que não pode faltar no Natal. As prováveis respostas serão: árvore enfeitada, luzes piscando, presente, papai Noel. Tá, ok. Cadê o nascimento de Jesus?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Retrato de Dorian Gray || Leitura Crítica


Um dos melhores clássicos que li no ano e claro que só podia ser da literatura inglesa (Oscar Wilde era irlandês).
Dorian Gray é um jovem rapaz que está posando para que seu amigo Basil Hallward faça uma pintura. No dia em que o seu retrato fica pronto, Dorian conhece Lorde Henry, um homem com opiniões bem formadas e argumentos bem fundamentados que, por meio do fascínio de suas palavras, consegue dominar Dorian. Nasce uma amizade intensa entre Dorian e Henry.
Após um tempo com seu retrato exposto em casa, Dorian percebe que começam a aparecer mudanças em sua imagem e, ao recordar-se de umas palavras ditas, compreende a situação e percebe que o retrato começa a envelhecer enquanto ele próprio permanece com a aparência jovem.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Persuasão || Leitura Crítica

Depois de um tempo sem resenhar clássicos (o que é muito estranho no amor por clássico), hoje eu trago uma obra de Jane Austen.

Persuasão conta a história de uma família que precisa mudar de casa porque as finanças estão apertadas... Anne Elliot não vai de imediato para o novo lar com seu pai e sua irmã Elizabeth porque é mais conveniente que ela fique na casa de sua irmã mais nova, Mary (que é a única casada) e de lady Russel (uma senhora que tem muito apreço por Anne).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Abandonei: O Ateneu

Não é nenhuma novidade para ninguém se eu disser aqui que O Ateneu é um relato autobiográfico do autor Raul Pompéia dos anos que estudou num internato, né?
Primeiro quero falar do nome do autor, afinal Pompéia é igual a ideia, que de acordo com o Novo Acordo Ortográfico perdeu o acento agudo, mas eu acho que Pompéia não perdeu seu acento por ser um nome próprio. Alguém aí pode tirar minha dúvida?
Eu nem sei dizer se gostei ou não d’O Ateneu, vou tentar ser neutra.
O livro é cansativo. Com certeza um dos clássicos mais cansativos que já li chegando ao patamar d’Os Sofrimentos do Jovem Werther e perdendo para A Arte da Guerra.
O livro narrado em primeira pessoa fala das experiências de Sérgio ao ser matriculado no colégio Ateneu e também fala muito de Aristarco, o diretor do colégio. Pronto. Fim de resenha!
Pois bem, é isso. O livro não segue uma ordem de fatos contando uma história com um ápice e desfecho, são lembranças organizadas em ordem cronológica, os capítulos são longos e sem títulos, acabou perdendo muitos pontos comigo!
Comecei a me achar uma má crítica porque os bons críticos amam este livro e acham-no um ‘super clássico’ e eu só achei um ‘ok, clássico’.
É um livro narrado em primeira pessoa [isso, isso, daqueles que quer empurrar a força uma ideia no leitor], o Sérgio – narrador-personagem principal – é muito observador e crítico, faz uma análise psicológica profunda em cada um dos seus colegas e também descrições demasiadamente detalhadas a respeito de tudo!
Não é um clássico que recomendo, ok?
Para não ficar só esse texto pobrinho, achei interessante este breve comentário sobre autor e obra:

Abolicionista e republicano convicto, Raul Pompeia viveu justamente no período que compreendeu os últimos anos da Monarquia, da escravidão e o início da República, em 1889. Para os críticos literários, a obra retratou o momento social e político que o país atravessava. O diretor com seu estilo autoritário e narcisista, representava o Imperador. O internato era um microcosmo da sociedade brasileira com suas mazelas e falsidades. (Fonte: Notas sobre O Ateneu, Raul Pompeia, Ed. Avenida)

Conto o final? O Ateneu pega fogo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

E Não Sobrou Nenhum de Agatha Christie

Estava quieta no meu quarto lendo E Não Sobrou Nenhum (O Caso dos Dez Negrinhos) de Agatha Christie e deixei a porta aberta. De repente, Ntt entrou e disse “Tata” e eu dei um grito porque estava muito concentrada e ele me assustou.
O que dizer sobre os mistérios da mente dessa senhora? Bom, se alguém não gosta do jeito dela, é bom nem ler este post porque vou me desfazer em elogios.
Passei o dia todo sem fazer nada apenas lendo, a cada momento eu me sentia mais ansiosa, nervosa e curiosa.
Ainda estou eufórica com a leitura e sei que vou ficar horas ruminando, digerindo.

Eu li: E Não Sobrou Nenhum,
Agatha Christie, Ed. Globo,
Tradução de Renato Marques
400 págs.
Dez pessoas são atraídas (motivos aleatórios e diversos) para uma ilha e reunidas numa casa. Os anfitriões não estão, mas tudo está preparado para recebê-los e após o primeiro jantar, reunidos numa sala, são todos acusados por crimes antigos.
Cada hóspede vai sendo morto sem suspeitas de um culpado. Não há mais ninguém na ilha. Entre eles há um assassino. O medo, o desespero, a desconfiança e o desamparo. Quem será o próximo? Quem será o responsável?
Eu não posso falar muito porque qualquer bobagem pode ser spoiler. Claro que a história é muito surreal, mas é excelente para distrair e trabalhar a atenção – até porque memorizar o nome de dez pessoas, suas funções e suas culpas, não é muito simples.
Super recomendo o livro, eu sinceramente gostei.
Usei dois marcadores para o livro: um na página que estava lendo e outro deixei na página do poeminha – risos.

Nem posso também falar muito sobre a autora Agatha Christie, conheço poucas obras e gostei do que li. O texto é corrido; as descrições são breves (apenas o que realmente importa é mencionado), ela não perde tempo com extras desnecessários para a obra; a linguagem e os personagens são refinados e simples; e você fica lá grudado até terminar o livro.
Gosto do suspense dela e do jeito frio de eliminar quantos personagens sente vontade.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Angústia de Graciliano Ramos

ar, mar, ira, ria, mira, rima, arma, amar: MARINA.
Concluí que toda a história acontece por causa desta senhorita.

Luís da Silva perdeu o pai ainda jovem e desde então precisou cuidar-se sozinho. Aos 35 anos, é funcionário público (escritor num jornal do Estado) e mora num quartinho alugado. Pense nisso tudo da forma mais medíocre.
Comecei o livro sem entender p... nenhuma, mas depois fui me acostumando com a narrativa. Em diversos momentos, lembranças do narrador-personagem misturam-se ao "presente" (e qualquer falta de atenção deixa o leitor voando na conversa).

Durante a história aparecem vários personagens e Luís da Silva (ou Graciliano Ramos) descreve-os com um olhar crítico bastante aguçado. Também senti (não de uma forma central) uma crítica sobre a imprensa e os livros - o artifício de escrever apenas com a finalidade de comercializar. (imagino que o livro só falaria sobre isso se tivesse sido escrito nos dias de hoje...)

Luís da Silva conhece, se acostuma e começa a gostar de Marina.
É bastante delicado julgar o sentimento que o une a ela. Ele a considera uma fútil, mas a quer bem e deseja-a fisicamente - isso nem preciso dizer, porque todo homem deseja qualquer mulher fisicamente e isso não significa sentimento. Suficiente para um casamento, sim. E eles planejam se casar...

Marina é filha de D. Adélia, uma senhora que justifica toda a trivialidade da filha na frase "é a mocidade" e Seu Ramalho, um homem desgastado de trabalhar para sustentar a filha, que se incomoda com muita coisa e até reclama, mas jamais protesta. E sobre Marina, o que posso dizer, é que ela é o contrário da Amélia (risos).

Quando, preparando-se para o casamento, o pobre coitado Luís da Silva gasta até o dinheiro dos outros, Marina troca-o por Julião Tavares, um gordo e rico; Daí começa o estresse de Luís, a obsessão por Marina acentua-se por tê-la perdido e daí as perturbações dele são compartilhadas com a vítima o leitor.

O livro é interessante; a visão crítica de Luís é interessante. Cheguei no final desesperada para terminar porque já estava sufocada. As sensações vão variando de curiosidade ao tédio, passando pela perturbação, confusão e chegando à angústia. Um leitor que não esteja psicologicamente preparado vai ler por ler ou abandoná-lo.
E fica a dica: quando terminar de ler, volta ao começo e vai lendo de novo até chegar naquele momento "aaahhhh, entendi".


[Não achei a capa do livro que li, ele tem 230 páginas, escrito por Graciliano Ramos, Editora Record, 18º edição.]