quinta-feira, 26 de março de 2015

E por falar em amor, Marina Colasanti

São tantas coisas a serem ditas que fica complicado colocar os pensamentos em ordem. Primeiro, quero agradecer a uma prima que me deu a oportunidade de conhecer Marina Colasanti, sua escrita, sua inteligência e sua doçura, é uma mulher que eu adoraria ouvir pacientemente, por isso, leio.

O primeiro contato que tive com a autora foi através de Contos de amor rasgados, um livro com continhos e mini continhos que falam de amor de uma forma bem peculiar. Esperava o mesmo de E por falar em amor, mas encontrei algo totalmente contrário. 

Nesse, Marina escreve textos sobre amor, juntando suas experiências, suas opiniões, suas pesquisas literárias, filosóficas e científicas e algumas cenas e passagens da vida alheia... os trechos, aleatórios, são amarrados pelas temáticas dos capítulos, Marina vai crescente.

E por falar em amor, amor é amor em qualquer canto, mas é muito interessante acompanhar a evolução das interpretações e atitudes do amor ao longo dos séculos e até mesmo suas transformações influenciadas por outras questões da sociedade. A autora conseguiu reunir um material muito vasto e que me surpreendeu bastante, pois como se fazia uma pesquisa em 1984 para reunir conteúdos de diversas áreas do conhecimento a fim de construir um livro?

Em alguns momentos, como é de praxe em livros assim, senti a leitura um pouquinho amarrada, sem fluência, mas talvez também seja o fato de eu estar há um bom tempo sem ler, né?! Eram os momentos que a Marina arriscava um pézinho na autoajuda e por falar em amor é sempre bom a gente não dar conselhos, não é verdade?

É um livro que retrata o amor, mas não só ele, estamos falando também de relações, de sexo e de paixões, ou a mistura de tudo isso, ou as motivações do amor, dos romances; passamos também pelos esteriótipos (sentir o amor é para as mulheres...) e pela desconstrução deles. Ou uma tentativa de justificar porque homens e mulheres têm visões tão diversas sobre esse assunto, mas uma justificativa mais apegada ao histórico-cultural da nossa sociedade.

Marina é uma autora bem feminina, mas sem pregar coisas piegas ou restringir a responsabilidade de zelar pela relação e romance à mulher. No mais, é uma leitura que recomendo, as vezes nos faz rir, as vezes nos traz boas reflexões e, no mínimo, nos faz pensar sobre nossas próprias interpretações de amor.

sábado, 21 de março de 2015

Doze sintomas do amor


Segundo Dorothy Tennov (1980), citada por Marina Colasanti (1984):
  1. Pensar obsessivamente no objeto amado.
  2. Absoluta necessidade de reciprocidade.
  3. Profunda dependência das atitudes do amado, na qual se procura constantemente uma resposta ao seu próprio amor.
  4. Incapacidade de amar outra pessoa.
  5. O único alívio é imaginar que o outro também nos ama.
  6. Medo da rejeição, e timidez paralisante frente ao amado.
  7. Os obstáculos parecem intensificar o sentimento.
  8. Necessidade de crer que, atrás da aparente indiferença do amado, se escondem sentimentos apaixonados.
  9. Dor na região do coração, nos momentos de incerteza.
  10. Sensação de flutuação toda vez que há sinais de reciprocidade.
  11. Intensificação do sentimento, que relega tudo o mais a segundo plano.
  12. Magnificação de todas as possíveis qualidades do amado e recusa a ver qualquer defeito.
Estou lendo o livro Por falar em amor da autora Marina Colasanti e adorei essa lista de doze sintomas do amor.. vocês se identificam com algum?

sexta-feira, 20 de março de 2015

O Hobbit, J. R. R. Tolkien

Sim, eu li o Hobbit e, sim, agora estou eu me metendo a resenhá-lo. É uma boa escolha para recomeçar minhas atividades aqui no blog... não?! É um risco, na verdade.

O Hobbit é a história que precede a trilogia O Senhor dos Anéis (que eu não li nem assisti) e conta a história de uma aventura vivida por Bilbo Bolseiro (ou Bilbo Baggins, em inglês) junto ao Mago Gandalf e 13 anões que tentavam recuperar toda sua riqueza há muito roubada por um dragão, Smaug. 

As aventuras são muitas, enfrentam trolls, orcs, lobos e elfos no caminho, tudo isso antes de encarar o próprio Smaug... e eu não sei o que estava exatamente esperando, mas adorei a história, apesar de achá-la lenta em diversos momentos. Não vou me ater aos já costumeiros elogios à Tolkien e sua criação, mas preciso dizer que me surpreendi. Quero dizer, até então, é um universo fantástico (sei que é muito mais explorado nos livros seguintes) e tão envolvente que não é nada difícil de ser absorvido e imaginado.

Tentei ler e assistir ao filme (Uma jornada inesperada) simultaneamente, mas o livro me ganhou por completo e a próxima coisa que farei é assistir o filme. 

Bilbo é uma doçurinha de personagem, com seus medos, sua sensatez, sua coragem, sua fome constante e sua lealdade aos anões, mesmo que muitas vezes no começo da aventura eles o subestimassem e  creio que não haveria escolha melhor para ser o Ladrão da Companhia. E a grande Companhia de Thorin, Escuro de Carvalho... as vezes a agitação dos anões me deixava extremamente irritada, mas muitas outras vezes me sentia satisfeita por ver a bondade deles em relação ao pequeno hobbit, mesmo quando eles não entendiam porque Gandalf havia o escolhido, eles não o deixavam para trás.

Além disso, narrativas em terceira pessoa são sempre melhores (na minha opinião, sem mais) por nos oferecerem um panorama maior dos fatos e a verdade sobre eles, a história é contada livre de opiniões e Tolkien tem um jeito especial de se dirigir ao leitor, adiantando e adiando aspectos da história na medida certa.

O melhor de todos os aspectos e essa característica costumo atribuir, em geral, aos clássicos é que: a história tem começo, meio e fim. O fim acontece. Especialmente, o fim de O Hobbit traz um sabor de fábula, vai além da simples resolução dos fatos.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Saltar da frigideira para cair no fogo

Eu mudei, passei por experiências que me ensinaram muito, umas boas, outras ruins. Enfrentei crises e dores. Mas tudo isso passou e sinto um novo ar cheio de vida ao meu redor... Fiquei muito tempo sem ler, longe dos meus livros e agora senti vontade de voltar a fazer o que eu mais amava: cuidar do blog. Entretanto, o Amor por Clássico não podia continuar sendo do jeito que era, ele também precisava de um aspecto novo, uma nova vida. Ainda cogitei criar um novo blog, mas não podia apagar tudo o que foi vivenciado aqui, então resolvi mudar. Começando pelo título.

Da frigideira para o fogo

Título de um dos capítulos do livro O Hobbit, quando Bilbo e os anões escapam das mãos dos Orcs e caem nas mãos dos lobos e que reflete exatamente como me sinto nessa mudança do blog, mas de uma forma positiva. Se, no livro, eles estavam em apuros, aqui digo com certeza que estou tentando mudar de algo que achava bom para algo que sei que será melhor. Mas que não perco a essência: estou alternando de um blog pessoal sobre livros para um blog pessoal sobre livros, ou como costumamos dizer: estou trocando seis por meia dúzia.

Seja bem vindo ao meu novo espaço que é uma ressignificação do outro, que traz a memória do outro e talvez até o mesmo uso, mas de uma forma diferente.