Postais do coração de Ella Griffin

O livro Postais do coração tem uma capa não muito atraente, foi escrito por uma autora desconhecida e é enorme. Para algumas pessoas, uma frase da Marian Keys recomendando a leitura é motivo suficiente para ficar curioso - para mim, não, afinal eu nunca li nada nem da Marian Keys.

O livro é dividido em três partes e eu senti que a autora se ateve em enredos diferentes em cada uma das três. Como se ela tivesse escrito cada uma pensando num objetivo diferente para o foco principal do livro e seu desfecho.

Saffy trabalha numa empresa de publicidade e tem uma vida tranquila, um belo apartamento, um bom salário e um relacionamento duradouro e estável. Seu grande problema é que Greg, seu namorado há seis anos e galã de uma série de tevê, nem cogita lhe pedir em casamento. Por causa disso, no dia dos namorados, embrigada, Saffy faz um escândalo e põe fim no namoro.

Conor e Jess estão juntos há anos, mas ainda não são oficialmente casados porque ela foge dessa ideia. Conor dá aulas e está escrevendo um livro, enquanto Jess escreve como freelance para alguns jornais. Embora levem uma vida simples, eles são felizes com seus filhos gêmeos, mas ultimamente as coisas estão um pouco complicadas porque eles não têm se entendido bem.

Postais do coração traz duas histórias simultâneas, mas próximas de dois casais que estão enfrentando crises em seus relacionamentos. O que me irrita em diversos livros é o excesso de fatalidades que ocorrem em sucessão e fica tão exagerado que é quase difícil acreditar que são coincidências e ficam sendo situações forçadas.

A autora Ella Griffin realmente escreve bem, mas senti que o enredo fica desconexo ao avançar das páginas e, das três partes do livro, a primeira - e maior - é completamente desnecessária e cansativa. Ela repete a mesma situação diversas vezes. É como se ela tivesse estipulado: vou escrever X número de palavras e mesmo sem assunto, decidisse continuar até chegar a essa meta.

A princípio o livro parece um chick lit com confusões bem mulherzinha. Depois, passa a ser um romance. Depois vira um drama. E certas cenas e decisões dos personagens são tão irreais. 

Não consegui sentir simpatia pelos personagens, achei a Jess uma chata, acho que o Conor foi muito mal construído, aliás, eles são um casal unido por sexo e duas crianças, não existe um vínculo entre eles mesmo. Greg é um idiota e fico me perguntando como a Saffy insistia em continuar com ele.

Aliás, os melhores personagens são certamente os gêmeos, o Liam e os funcionários do escritório que a Saffy trabalha.

O título até determinado momento não faz sentido nenhum e depois vemos que ele fica conectado a algo tão mínimo da história... Por fim, gostei do final e acho que ele alivia o cansaço inicial que o livro causa ao leitor, mas acho que a autora toma um rumo certo, embora certas coisas não fiquem completamente esclarecidas, ele chega a ser satisfatório.

P.s. Clica na capa do livro lá em cima para ver meu primeiro comentário após a leitura e ver a ficha técnica dessa edição.