A viagem do tigre de Colleen Houck

Chegamos então à última leitura crítica de 2012.

A maldição do tigre foi uma série que me arrebatou em 2012. Romance, aventura, mistérios, fantasia e um protagonista super fofo *suspiros*. Simultaneamente esta foi uma série que me deixou muito irada com uma personagem chata e um triângulo amoroso.

Chego ao terceiro livro feliz com algumas coisas e bem chateada com outras. Afinal, umas das coisas mais interessantes da série é a aventura ao lado de dois tigres charmosos, com profecias de deuses, em um cenário fantástico que é a Índia. Em A viagem do tigre até a página 234 não tinha acontecido nada. Somente muita chatice entre Kelsey, Ren e Kisham.

Sinceramente, sou bem teimosa por ainda insistir nessa leitura porque eu não gostei tanto do segundo livro quanto gostei do primeiro e já tinha lido trechos do terceiro (em inglês) e sabia que ia odiar ainda mais. Mas eu sou teimosa. Tão teimosa quanto a Kelsey. Ou menos.

Em A viagem do tigre, o trio parte em busca do terceiro elemento da profecia para quebrar a maldição de Ren e Kishan. Nas aventuras anteriores, foram explorados os elementos ar e terra. Neste livro, a aventura se desenvolve na água, ou seja, boa parte do livro acontece num megaiate ou em lugares molhados.

Não tem muito o que contar, Ren continua sem lembrar da Kelsey e começa a fazer coisas para mantê-la distante, até que ela decide atender isso e ficar com Kishan, apesar de não ser isso o que seu coração queria de verdade.

Eles descobrem que precisarão enfrentar cinco dragões e encontrar um templo submerso para quebrar mais um pedaço da maldição.

Fiquei tão decepcionada com esse livro. A autora tem ideias boas, mas ela que criar aquelas confusões de adolescente e eu acho que não tenho mais paciência para isso. A Kelsey gosta do Ren, mas decide ficar com o Kishan porque é mais estável. Aliás, a instabilidade de Ren foi protegê-la e tê-la esquecido, em nenhum momento foi uma escolha dele fazer algo ruim para ela.

A Kelsey é corajosa, mas é egoísta e nada inteligente.

Por que ela não podia simplesmente ficar sozinha por um tempo? Por que ela precisava estar namorando com um dos dois? Um dia ela está com Ren e no dia seguinte ela está com Kishan.

Fica evidente que a intenção da autora era criar os dois teams - eu até já tinha falado disso na resenha anterior - e ela consegue. Só que eu acredito no amor puro, na exclusividade. O tempo todo os pensamentos de Kelsey mostram que ela ama um, mas vai escolher ficar com o reserva. Ela trata o Kishan como uma segunda opção. Se não tem Ren, serve Kishan.

Eu simplesmente continuo odiando o Kishan, não consigo sentir nenhum tipo de estima por ele, não gosto de nenhuma das atitudes dele. Ódio. Ódio.

Sobre a aventura... Bem, se a autora tivesse tirado a parte inicial com tanta enrolação de um triângulo amoroso sem solução, eu teria ficado bem mais empolgada com as aventuras. São cinco dragões inteligentes, interessantes, com lindas histórias da cultura indiana e tudo mais. Algumas coisas eu achei interessantes como o motivo que levou Ren a esquecer completamente a Kelsey. Outras eu achei tediosas como os conflitos internos da Kelsey, que está cada vez mais chata e mais boba.

Contraditoriamente, li o livro em três dias e quase não sentia vontade de largá-lo. Fiquei na mínima esperança que as coisas fossem melhorar na página seguinte. Estou pensando seriamente se vou ou não desistir da série. O primeiro livro é muito bom, mas os outros não tanto. Eu darei apenas três estrelinhas para esse livro porque nem mesmo toda a doçura do Ren está salvando os enredos mal elaborados da Coleen Houck. Acreditava muito mais na história da autora, fiquei envolvida com sua narrativa e estava torcendo de verdade para que esta série se tornasse fantástica. Mas não está sendo.

Será que O destino do tigre vai resgatar a Colleen Houck?

|| Informações:

A viagem do tigre do original Tiger's voyage

Escrito por Colleen Houck e traduzido por Ana Ban.

Publicado no Brasil pela editora Arqueiro.

496 páginas.