Conversa com Tammy Luciano

Oi, gentes, hoje eu trouxe uma entrevista com a autora Tammy Luciano e espero que vocês gostem porque ela é bastante expressiva. Apreciem e COMENTEM!

Amor por Clássico: Quando você lançou seu primeiro livro e como surgiu a vontade de escrever e publicar livros?

Tammy Luciano: Comecei a escrever o primeiro livro Fernanda Vogel na Passarela da Vida em 2001 e lancei em 2003. Nunca pensei em escrever livros e foi super por acaso. Escrevi uma crônica falando da Fernanda Vogel e a mãe dela me convidou. Eu sempre achei que minha carreira seguiria com peças de teatro, crônicas e o poemas. Os livros são definitivamente uma enorme surpresa na minha vida. Fico feliz de ter me encontrado no meio literário, de ter minha carreira acontecendo de maneira tão especial.

ApC: Durante sua trajetória, encontrou dificuldades, obstáculos? Como os enfrentou?

TL: Muitas dificuldades! Tantas que meus pais diziam que cansavam só de olhar minha batalha. Eu já sofri muito em termos profissionais. Eu tenho uma família muito unida, nunca passei necessidade, meus pais sempre foram meus parceiros e me ajudaram para que tudo acontecesse, mas no meio artístico, passei muita coisa, escutei muito absurdo, o que me fortaleceu muito porque posso escutar o que for, meu foco é firme. Hoje com a carreira formatada, sabendo melhor quem sou, o que quero, sei lidar melhor com os obstáculos. Depois de tanta batalha, finalmente aconteceu e estou muito feliz com as conquistas e tantos leitores especiais que chegaram e estão na minha vida. Vale a pena lutar pelo sonho. Tenho recebido tanto e-mail lindo elogiando meu trabalho, recados emocionantes no Twitter, Facebook que faz valer cada madrugada trabalhando, cada dificuldade, cada berro profissional que escutei. No lançamento de Garota Replay fiquei 4 horas autografando sem parar. Olho o meu passado e percebo que tantos nãos foram para hoje valorizar as pessoas ao redor e cada conquista. 

ApC: Quem é seu autor favorito na literatura brasileira? E estrangeira?

TL: Eu gosto muito do Marcelo Rubens Paiva, quando li Feliz Ano Velho, é o livro da minha geração, entendi que existiam escritores brasileiros de sucesso. A Emily Giffin eu conheci na Bienal do Rio de 2011 e a achei muito simples e querida. Lembro que eu disse a ela que era escritora, tiramos uma foto e quando eu ia imaginar que entraria para a Novo Conceito?

ApC: Existe algum escritor em quem você se espelha, se inspira?

TL: Minhas inspirações vem da vida, das pessoas próximas, da pessoa de bem que eu quero ser. Eu sempre tive na minha cabeça que não podia decepcionar meus pais, que queria ser alguém e minha inspiração foi sempre batalhar por isso, trabalhar na direção de quem eu gostaria de ser. Não quero ser apenas uma escritora, quero ser uma escritora que os leitores sintam proximidade, então eu faço questão de responder todo mundo, atender... Recebo muito carinho e tento retribuir. Tem dias que tô acabada, precisando dormir, mas sento para responder e-mails, mensagens porque sei da expectativa da pessoa.

ApC: Como você cria seus personagens? A Thizi foi inspirada em alguém? 

TL: O livro começou quando eu saí um dia para dançar e vi uma garota parecida comigo, achei que a história rendia um livro e a Thizi foi nascendo nas minhas anotações. Ela está vivendo um período péssimo, está fechada para o mundo, decepcionada e o livro é uma época da vida dela de desafio e viagem interior. Thizi encontra uma Replay de si mesma e consegue se achar inferior. Existem pessoas assim, são capazes de encontrar consigo mesmas e se acharem menores. Eu também quis discutir o tema bebida e direção que é uma das mensagens do livro. Não entendo como alguém pega um carro, depois de passar uma noite bebendo e acha que isso vai dar certo. Bebida e direção não combinam!

ApC: você tem aqueles temidos e famosos bloqueios de escritor? Como encara a situação? 

TL: Ainda bem, não tenho. Eu amo escrever, é algo que faço há muitos anos e sinto como algo orgânico para mim. Faz maravilhas para minha alma, meu corpo acostumou e me faz um bem enorme e quase mágico. Acredito que quanto mais escrevemos, mais temos animação para isso. Tem dias que estou mais cansada. Por exemplo, na próxima semana, terça viajo para São Paulo, na quinta vou para a I Bienal Brasil, em Brasília e vou fazer evento fechado na cidade, então vou dormir pouco, aí chego em casa cansada demais, mas mesmo assim, eu tenho motivação para escrever. Eu moro sozinha, preciso cuidar de mim, do meu apartamento, minha vida é uma correria, então o que me atrapalha é o tempo de escrever, mas ideias eu sempre tenho e depois que me tornei escritora profissional, escrevo todo dia.

ApC: como está se sentindo diante da repercussão de Garota Replay? Como vê as críticas positivas e negativas?

TL: Honestamente eu sou bem tranquila. Tenho humildade para ler e aproveitar o que acho válido. Estou exposta, não vai ter jeito. Eu sabia que o livro seria comentado, imagina, eu sou a primeira escritora brasileira do Selo Novo Conceito Jovem, muito mais gente teria contato com o meu trabalho. Não gosto muito de heroínas perfeitas, então a Thizi é uma garota cheia de conflitos, questionamentos, atitudes decepcionantes e assim como ela existem muitas. Estou comemorando as resenhas positivas! Essa semana, passamos de 80 resenhas elogiando Garota Replay. É uma enorme vitória! Impossível agradar todo mundo! E ainda tem, infelizmente, quem retrata coisas que você não escreveu. Uma blogueira, por exemplo, disse que a Thizi não para de falar o nome de marcas famosas. Alguns leitores que leram o livro, escreveram criticando a resenha, pedindo que eu reclamasse com a blogueira, porque não é verdade. No livro todo eu falo apenas sobre um batom Chanel. Resolvi acalmar os ânimos dos leitores, dizendo: Vai ver ela leu errado. Onde estava pálida, ela leu Prada, onde estava Cute cute, ela leu Gucci e onde estava amígdalas, ela leu Adidas. O melhor é saber levar na esportiva. Livro é como música, tem muito do gosto. Quem gosta de pop pode não curtir sertanejo. Nos livros, querem definir como sim e não.

ApC: o que você não suporta nas pessoas? 

TL: Quando são falsas.

Pensa-rápido:

Uma música? You Give Me Something  do James Morrison é linda!

Uma cor? Adoro colorido

Um filme? Vou amar se Garota Replay virar um filme

Um livro? Mudou a minha vida para sempre e para melhor!

Um lugar? Meu apartamento

Uma pessoa? Frida Kahlo

Um objetivo? Ser mãe... :)

TL: Aproveito para agradecer todos os leitores que me apoiam, torcem, estão sempre por perto. Muito obrigada!