quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A visita cruel do tempo de Jennifer Egan


Sasha é a assistente cleptomaníaca de Bennie, que é um produtor musical divorciado de Stephanie, que trabalho para Dolly, uma assessora de imprensa que teve sua vida arruinada por uma desatenção.
Bennie na adolescência tocava baixo numa banda com Scotty, que casou com Alice, a menina que Bennie gostava. Foi através de sua amiga Jocelyn que conheceu Lou, que se tornou seu mentor.
Stephanie é irmã de Jules Jones, um jornalista que foi preso por tentar estuprar Kitty Jackson, uma atriz que foi à decadência e encontrou em Dolly uma chance de ressurgir na mídia.
Sasha na adolescência namorou com Drew, que uma vez foi nadar com Rob, que já tinha tentado se suicidar...
Esta foi uma forma rápida e precária de tentar condensar o que encontrei neste livro.
Mas A visita cruel do tempo é bem mais que isso.

Eu não consigo encontrar os argumentos adequados que façam jus a um livro bom. A visita cruel do tempo se encaixa no patamar dos livros tão fascinantes que se tornam indescritíveis.
A trama é composta por um conjunto de tramas que fizeram pensar que uma vida é composta por muitas vidas e ninguém está imune às influências de outras pessoas, de tendências, de fatos e, acima de tudo, ninguém está imune à ação do tempo.
Narrado em primeira, segunda e terceira pessoa, de uma forma um pouco confusa (por que negar?), A visita cruel do tempo traz um imenso número de personagens de uma forma ou de outra tiveram suas vidas ligadas direta ou indiretamente. Os capítulos são dispostos em ordem não-cronológica e não sinalizada e talvez isso exija um pouco mais de atenção do leitor.

O livro é disposto de um jeito tão agradável que durante a leitura tive a sensação de estar visitando a vida de amigos meus e descobrindo o que o tempo fez com suas aparências, suas saúdes, suas personalidades e, acima de tudo, seus objetivos e expectativas.
As páginas vão vinculando pessoas e vamos forçando a memória (maior vítima do tempo) a encontrar o papel e a importância daquele personagem porque ninguém passa imperceptível pela vida.
Jennifer Egan escreveu A visita cruel do tempo como se estivesse com um controle remoto nas mãos e diante de um filme, em alguns momentos ela acelerava, em outros ela retrocedia e ainda em outros ela dava zoom ou aplicava a câmera lenta.

O livro é o resultado cru da adição do tempo à vida das pessoas.

Além de todo esse aspecto reflexivo, Egan nos proporciona um olhar sobre a ação da tecnologia sobre o fazer música (no livro ela foca mais no rock), atualmente qualquer pessoa que se interesse pode fazer música em casa (criar, gravar, colocar efeitos e instrumentos variados) e isso unido à pirataria tem enfraquecido o mercado musical.
"O tempo é cruel, não é? Vai deixar ele intimidar você?" (326)
|| Informações:
A visita cruel do tempo
Jennifer Egan
Editora Intrínseca
Tradução de Fernanda Abreu (te amo!)
335 páginas

2 comentários:

  1. Yay! Resenha da "VCDT" =D
    Ah, eu amei esse livro, fico feliz que você tenha gostado, Mi! Tem que ler prestando atenção mesmo, se não fica voando (ah, achei as minhas anotações do livro, vou passar pro computador). Adorei entrelaçar a vida e época dos personagens!
    Essa autora é incrível, comprei o Torreão, que é uma narrativa de terror, e estou doida pra ler!
    Beijão!
    Ps. Finalmente emplaquei na leitura do Resgate do Tigre. Só eu acho a Kelsey tão irritantemente legal? Ninguém é assim, sério haha Colher flores, fazer biscoitos, extremamente compreensiva com todos, estudiosa, sabe todas as histórias do mundo - a autora quer criar uma garota, ou uma santa?

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  2. Nossa, adorei a resenha!
    No começo me senti meio afetada pela capa, que achei bem estranha, mas conhecendo agora sobre a história, fiquei com vontade de ler!

    Essa história de sentir que tem influências, acho que todos temos! Diariamente somos influênciados e afetados pelos outros.

    Beijos Milena!

    Bia | www.livroseatitudes.com.br

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Obrigada!