segunda-feira, 13 de julho de 2015

Uma curva na estrada, Nicholas Sparks

Primeiro: eu não sou e nunca fui fã de Nicholas Sparks, este seria, por si só, um bom motivo para nem me arriscar a ler livros do autor. Minha motivação foi minha mãe ter pedido algum romance clichê...
Eu gostei do livro e dei 3 estrelas no skoob, mas há alguns pontos na história que me incomodaram um pouco. A base do enredo é a seguinte: Miles e Missy tinham um casamento perfeito até que Missy foi atropelada deixando Miles viúvo aos 30 anos de idade com um filho de 5 anos para criar.
Ele, por ser subxerife, tentou de diversas formas conduzir um inquérito para encontrar o culpado e não obteve sucesso.
Dois anos após o acidente, a professora de Jonah, seu filho, solicita a presença dele na escola para conversar a respeito do desempenho e de algumas dificuldades que o menino está enfrentando no aprendizado. Logo de cara, Miles se sente atraído por Sarah aos poucos eles vão desenvolvendo uma amizade que resulta num namoro.
Quando tudo parecia estar perfeito, surge um detalhe a respeito da morte de Missy que vira a cabeça de Miles e pode separá-lo de Sarah...
O livro é narrado pelo culpado pela morte de Missy, em alguns momentos ele nos mostra seus pensamentos em primeira pessoa, em outros ele vai falando dos fatos em terceira pessoa. Eu achei essa dinâmica muito boa, exceto pelo fato de ele ficar se repetindo sobre o acidente... claro que uma pessoa que comete tal "crime" carrega um peso amargo dentro de si e fica meio obcecada com os fatos... aliás, esse é um ponto positivo que merece ressalva: Sparks conseguiu passar boa parte da angústia que o culpado sente, mesmo que sejam tão breves seus trechos.
Na reviravolta do caso (e aí eu já tinha pesquisado quem era afinal o assassino e já sabia) senti que alguns caminhos que o autor seguiu foram uma forma de desviar demais o leitor do verdadeiro culpado e isso descaracteriza o livro como suspense. Mas eram segmentos extremamente necessários para que a trama seguisse como seguiu.
Uma coisa que me incomodou, não mais como um ponto negativo do livro, mas uma característica humana: mesmo já se relacionando com Sarah, Miles prioriza muito sua esposa morta. Achei muito tolerante da parte de Sarah aguentar alguns chiliques dele pois eu sei o quanto deve ser difícil perder uma pessoa que amamos e ainda mais da forma que acontece no livro, mas se ele estava se sentindo disposto a entrar numa nova relação, era chegado o momento de deixar o passado para trás. Ou não? É justamente o desespero do caso mal resolvido que impede Miles de seguir em frente.
Tirando todas essas minhas picuinhas com Sparks, foi uma bela história de amor e perdão, de companheirismo e de honestidade. E que me surpreendeu pois eu sou não-fã declarada do autor e acabei me envolvendo com essa história tanto que, no meio dessa longa crise que venho enfrentando, esse foi um livro que me acompanhou no ônibus e em algumas madrugadas.

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