terça-feira, 24 de setembro de 2013

Um gato de rua chamado Bob

Passei muito tempo na saga do Gato Bob e, apesar de ter tudo para me conquistar com a história, o James Bowen simplesmente não conseguiu.

O livro é baseado em fatos reais e, narrado em primeira pessoa, conta a história de James Bowen, um ex-viciado em drogas e ex-morador de rua que, ao encontrar um gato de rua, decide cuidar dele e de si mesmo.

Eu tenho um gato, um cachorro e um papagaio e sou completamente apaixonada por cada um deles. Acho-os todos muito inteligentes e afetivos. Cada um tem seu significado extremamente importante em minha vida. Meu gato é tão laranjinha como o Bob e extremamente dócil. Aliás, eu até converso com meus bichinhos. Mas...

Eu não duvido das dificuldades que ele passou por causa do vício, o preconceito que sofreu, do sofrimento de morar nas ruas e estar longe da família. Também não duvido que, quando o gato surgiu na vida ele, ele passou a ter uma nova perspectiva de vida, tomou um direcionamento e decidiu dar a si mesmo uma nova oportunidade, voltou a acreditar em si mesmo. Também não duvido que o Bob tenha chamado atenção de muita gente.



Mas ele me pareceu exagerado e superficial, narra umas partes com muito afinco - chega a ser cansativo - e outras com banalidade. E, uma história que podia arrancar litros de lágrimas dos leitores - mesmo que o gatinho não morra - fica aguada.

Não conseguiu me afetar, não conseguiu me sensibilizar. Em alguns momentos ele se torna extremamente repetitivo se preocupando com o passado do gato, onde ele vivia antes de se encontrarem, se determinado fato era um costume, se as pessoas o tinham maltratado, se ele tinha passado fome............ e eu ficando extremamente impaciente com isso. Em alguns momentos ele tinha medo do gato se perder e nunca mais voltar. Além disso, todos os dias ele tinha a preocupação se o gato ia se cansar de morar com ele, de ir com ele para as ruas de Londres......... e mais impaciência da minha parte!

Meu escasso entendimento sobre gato ficava apitando e dizendo "se você oferece comida ao gato, ele fica para sempre e pronto", "se o gato está morando há um mês com você, significa que ele não tinha outro lar", "se ele se perder, ele vai se achar, gatos tem um alto senso de direção" e outras coisas que eu ficava incomodada por ele estar preocupado com o psicológico e emocional do gato de uma forma extremamente humana.

Isso me deixa preocupada no seguinte aspecto: será que estamos humanizando animais? será que estamos supervalorizando animais e desvalorizando pessoas?

Sinceramente, eu não gostei tanto do livro, achei cansativo e mal desenvolvido. Mas muita gente gostou. Quer ter uma chance de ganhá-lo? Logo tem promoção!

Um comentário:

  1. Menina confesso que esse livro não chamou minha atenção, apesar de gostar de animais =)
    Gostei de saber sua opinião e claro ler sua resenha =)
    Parabéns pelos questionamentos: "será que estamos humanizando animais? será que estamos supervalorizando animais e desvalorizando pessoas?" com certeza tem pessoas que fazem isso e perdem o limite.

    Bjos

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