Para sempre Ana || Leitura Crítica

Ultimamente ando chateada para algumas leituras, sinto-me cansada para alguns devaneios de autores.

Para sempre Ana possui uma destas tramas malucas que nos deixa mais empolgados a cada reviravolta. E, apesar de darmos alguns giros de 360 graus, o livro não é cansativo nem confuso.

Caio decide ir a Três Luzes procurar sua mãe desaparecida há alguns anos e ele recebe uma pista do padre Motta. O problema é que o tal padre já está morto... Logo percebemos que muitos mistérios envolvem o enredo criado por Sérgio Carmach.

Muitos anos antes, Carlos conheceu Ana em uma festa em Três Luzes e eles tiveram um curto caso, que foi interrompido quando o rapaz começou a namorar Cris, a neta da sua ex-professora de infância, D. Gertrudes.

Mais de um ano depois, Ana lhe procura com um bebê nos braços e diz que Carlos é o pai da criança. Ele se recusa a acreditar e assumir a paternidade e o resultado é que Ana aparece na festa de Natal da família do rapaz, os Rigotti - respeitados na cidade - e declara publicamente que ela e Carlos têm um filho.

Esta notícia põe fim ao relacionamento de Carlos e Cris e o rapaz exige um exame de DNA.

O pai do rapaz, Nestor Rigotti, em busca de um laboratório confiável, morre em um acidente de carro não esclarecido. Depois, uma carta chega à casa dos Rigotti endereçada a Carlos, mas Márcia, a mãe do rapaz, decide interceptá-la e ocultar seu conteúdo e consequentemente Ana passa  a morar com a família.

Tendo Cris mudado de cidade, Carlos vai procurá-la e encontra Cláudia, irmã de Cris, que empenha-se em ajudá-lo para esclarecer o mal-entendido desta confusa história.

O que mais gostei em Para sempre Ana foi a não existência de um vilão e um mocinho, todos têm suas culpas e são vítimas simultaneamente. Todos têm segredos e uma onda de misticismo envolve cada personagem.

Faz tempo que não leio um livro densamente leve, o autor nos leva a extremos e diversas vezes eu quis esbofetear as rivais Ana e Cris.

Num cenário onde nada é o que parece, algumas pessoas podem se chatear com o autor porque ele foi para a esquerda e depois para a direita, mas eu - que ano chata - gostei do produto final.

Também merece destaque as alterações de humor e personalidade de cada personagem, que mostra pessoas humanas, afinal ninguém é bonzinho, feliz e está certo a maior parte do tempo.

Outro pontinho que quero ressaltar é o fato de a história ser contada de vários ângulos, que permite ao leitor uma noção completa dos fatos.

|| Informações:
Para sempre Ana
Sérgio Carmach
336 páginas