segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Max e os felinos, de Moacyr Scliar

Max Schmidt é um jovem alemão, filho de um peleiro (um homem que vende peles de bicho, eu não conhecia o termo, ok) e, apesar de conviver com peles de animais, Max nutre um particular medo por um tigre empalhado que seu pai tem na sua loja, resultado de uma caçada na Índia. 

Desde pequeno, adorava histórias de aventura e sempre lê e relê uma coleção de livros cujo personagem principal viaja para vários países, é quando Max começa a se interessar pelo Brasil. Na Universidade, conhece um professor que também já viajou para o Brasil e adora suas histórias.

No período em que o Nazismo toma conta da Alemanha e a vida não está fácil para ninguém, para piorar as coisas, Max se envolve com uma mulher casada com um nazista e, quando o marido descobre a traição, Max precisa fugir para longe... o Brasil! Acaba embarcando num cargueiro com pessoas um tanto estranhas e, em pouco tempo, o barco afunda e Max fica à deriva num escaler com um... jaguar!

Mas, após algum tempo no mar, chega a ser resgatado já em águas brasileiras e vai morar em Porto Alegre, onde começa a reconstruir sua vida ainda atormentado por seu passado e por encontros e reencontros inesperados.

Neste post não pretendo de forma alguma estabelecer comparações entre Max e os felinos e Life of Pi. Quero me ater apenas ao enredo de Max e os felinos.

É um livro muito bom, mas é breve, é rápido, eu até diria superficial porque o autor não mergulha em detalhes. Nessa minha edição, toda a história do Max cabe em menos de 100 páginas e é uma história e tanto! Mesmo com essa superficialidade, não achei um livro raso, muito pelo contrário. Certamente, o autor tinha espaço para dedicar-se um pouco mais às minúcias, mas não chega a fazer falta.

Moacyr Scliar, em Max e os felinos, é conciso e direto mas transmite muita coisa. Ele consegue abordar o nazismo, na Alemanha e seus reflexos no Brasil, de uma forma subjetiva e objetiva. Max não é nenhum militante em nenhuma causa, detesta os nazistas, mas não faz nada a respeito até certo momento. Quando, enfim, toma alguma atitude, percebe o quanto o nazismo assombrava e dominava o mundo.

Aliás, o tempo todo ficamos diante disso: de um jovem rapaz cheio de sonhos e de medos e que precisa enfrentá-los para dar continuidade à sua vida. E ficamos na dúvida sobre o quanto dos seus medos é resultado dos seus sonhos, não sabemos ao certo se as coisas que ele enfrenta são reais ou alucinações.

Nota máxima para Max e os felinos. E também para a narrativa do Moacyr Scliar. E, por último, a essa edição completa que a L&PM publicou mais recentemente. Ela tem uma breve biografia do autor, a própria opinião do autor sobre a polêmica com o Yann Martel, a história e um Posfácio que também aborda a obra e a crise com o Martel. Além de tudo, é capa dura! E, morram, eu comprei por R$ 9,90.

Um comentário:

  1. Nossa Mi amei sua resenha. Deve ser mesmo uma leitura bem proveitosa. Sobre essa questão de ler um livro tão bom com poucas páginas, também sinto isso qnd leio Nárnia e fico impressionada com a objetividade maravilhosa na escrita do autor. Enfim parabéns pela aquisição do livro por um preço tão viável.
    Bjos e ótimas leituras nessas próximas semanas de janeiro!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

    ResponderExcluir

Obrigada!