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segunda-feira, 11 de março de 2013

O garoto no convés de John Boyne


Os livros de John Boyne são sempre muito queridos para mim, mas não porque são leves e rápidos, é justamente o contrário. Eles são bem escritos e com longas narrativas – não falo de número de páginas, falo da forma como as histórias discorrem. Sim, admito e alerto, são livros lentos.

Acabei de ler pela segunda vez o livro O garoto no convés e fiquei encantada com a história novamente.

O livro traz uma perspectiva diferente para o motim que aconteceu no HMS¹ Bounty e é narrado através por um marinheiro de primeira viagem: O jovem John Jacob Turnstile, um órfão que cresceu nas ruas de Portsmouth vivendo de pequenos furtos. Aos 14 anos, é flagrado roubando um relógio de um fidalgo francês e mandado para a cadeia, mas o homem decide interceder por ele e propõe substituir o tempo de prisão por um serviço a bordo de uma fragata inglesa, o Bounty, no cargo de criado do capitão. Sem muita escolha, o rapaz aceita a proposta e aproveita a oportunidade para se livrar da realidade em que vive.

Sem jamais ter estado a bordo de um navio, os primeiros dias são bastante enjoados para o garoto, mas logo ele é forçado a se adaptar à vida no mar e é contemplado com uma grande aventura, muitos ensinamentos e a companhia do capitão tenente William Bligh.

É uma característica de John Boyne criar uma nova versão para fatos reais ou usar histórias reais para a ambientação de seus livros.

O livro é rico em conteúdo, um excelente romance de formação. Acompanhamos o crescimento do jovem Turnstile, que embora já tenha sofrido muitas coisas na infância, chega ao navio muito ingênuo e aos poucos vai aprendendo sobre lealdade, honra, respeito e sobre os homens. Os personagens são ricos e bem construídos. O comandante Bligh é um personagem ora sentimental, ora rude, mas adorável. Sem ser excessivamente descritivo em detalhes técnicos náuticos, o autor usa o navio como um cenário cativante, engraçado.

Aliás, toda a história tem um quê de aventura, drama e graça. A forma como o jovem Turnstile narra a sua história a bordo do Bounty é sempre muito engraçada; a sua percepção das coisas, sua preguiça, suas desavenças, suas ingenuidades são todas contadas de uma forma rabugenta que termina sendo bem humorada.

Turnstile e nós temos diversas lições sobre a lealdade e o respeito. Um livro super recomendado!

Minhas impressões com a releitura...
Esse é um livro grandioso e com muitas coisas a transmitir. Na segunda leitura, tive uma percepção ainda maior dos sentimentos abordados. John Boyne é um excelente autor e tem uma ótima imaginação, sua pesquisa histórica é muito fidedigna; é um livro para ler com calma, para ser apreciado. Com personagens que deixam saudades e conquistam o leitor. Mais uma vez me senti encantada. Os fatos apresentados são realistas, são críveis, despertam prazer na imaginação.

Sobre o Bounty...
Sim, Bligh, o Bounty e o motim existiram! A fragata foi enviada ao Taiti a fim de colher mudas de fruta-pão para alimentar os escravos na Jamaica. Talvez nós brasileiros saibamos poucos sobre esse motim porque não temos uma cultura náutica tão forte quando a inglesa. Mas acho que é muito melhor ler o livro sem conhecer muito sobre a história real. 

¹Navio de Sua Magestade.

Clique na imagem abaixo para conferir a ficha técnica do livro: 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O palácio de inverno || Leitura Crítica

Então, este é o terceiro livro do John Boyne que leio e, apesar de estar cheia de expectativas, não sabia muito bem o que encontraria.
Narrado em primeira pessoa, por Géorgui Jachmenev, que está assistindo sua esposa Zoia perecer sob um câncer, O palácio de inverno fala sobre a trajetória do personagem, sua infância pobre, seu ato heroico que o levou à morar com a família real russa, sua vida ao lado da esposa na Inglaterra e, por fim, as dificuldades que agora enfrenta.

O livro intercala fases da vida do personagem narrador como se ele contasse suas lembranças de fatos aleatórios e depois buscasse uni-los, mas tudo isso de uma forma muito bem construída.
Este é o segundo romance histórico que tenho a oportunidade de conhecer em 2012, baseados em pesquisas dos autores. Durante esta leitura, sentia desejo de pesquisar um pouco, estudar. Mais uma maravilhosa aulade história sobre autocracia e Revolução Russa.