Ken Follett dá
continuidade à trilogia O século com o livro Inverno
do mundo. Partindo exatamente do ponto que parou em Queda de gigantes, o autor segue com uma
narrativa impecável e envolvente a trama das cinco famílias de nacionalidades
diferentes vivendo momentos marcantes do século XX.
Se no primeiro livro
presenciamos a I Guerra Mundial de uma forma espetacularmente real, o segundo
não deixa nada a desejar quando nos traz a II Guerra Mundial.
Eu estava muito
ansiosa para esse livro, mas preciso dizer que o segundo livro ainda não chega
ao mesmo nível de maravilha que o primeiro. A verdade é que no início o autor
precisa situar o leitor a respeito das cinco famílias que conhecemos no
primeiro livro e isso é um pouco cansativo porque é muito introdutório. Mas
logo o livro consegue prender a atenção comprovando sua maestria.
Com certeza Inverno
do mundo vai além de qualquer outro livro que aborde a Segunda Guerra Mundial
porque Ken Follett não se prende ao esquema Alemanha Nazista/Judeus no campo
de concentração, ele mostra causas e consequências da maior guerra da História
em cinco nacionalidades distintas, mostrando perspectivas de lados e classes
sociais diferentes.
Seja na Rússia,
Alemanha, Estados Unidos, País de Gales ou Inglaterra, somos inseridos no
contexto da trama como se assistíssemos uma reportagem na tevê, presenciamos
barbáries e a luta e perseverança de pessoas que só almejam o bem para sua
família e seu país.
São fantásticas as
relações de poder e o desdobramento de cada ação dos governantes das grandes
potências do cenário político-econômico do meio do século XX. E a trama é tão
bem elaborada e construída em cima de pesquisas históricas que fica difícil
separar o real da ficção.
Ethel, agora uma
importante política, fica bastante apreensiva ao ver seu filho Lloyd ir à
Espanha lutar contra o fascismo e lá o rapaz descobre que é preciso combater o
fascismo e o comunismo. Em campo, ele conhece Volodya, o jovem russo filho de
Grigori Peshkov e que agora faz parte da inteligência do Exército Vermelho mas
não faz ideia da sua importância para o eventos próximos no seu país.
Contraditoriamente,
Lloyd se apaixona pela jovem Daisy Peshkov, uma nata representante da riqueza
norte americana, mas ela está mais encantada por Boy Fitzherberts e termina
casando com ele à despeito de todas as pessoas de Buffalo que a "excluíam"
por causa de seu pai, Lev Peshkov.
Nos Estados Unidos,
o senador Gus Dewar ensina seu filho Woody Dewar tudo sobre política enquanto
seu outro filho Chuck Dewar se alista na Marinha. Na Alemanha, os Von Ulrich
passam por momentos difíceis com as ascensão de Hitler ocasionando o fim do parlamento,
onde Walter trabalhava, e enquanto Carla von Ulrich deseja com todas as suas
forças combater os nazismo, seu irmão Erik von Ulrich pretende serví-lo.
As histórias das
cinco famílias continuam se cruzando de forma fantástica e é brilhante a
construção de Ken Follett, em muitos momentos me senti eletrizada pela trama e
com certeza esse tiquinho de contei não é nada das 875 páginas muito bem
preenchidas por este autor.
Vemos calmamente a
ascensão de Hitler, a instalação do regime nazista na Alemanha, a Guerra Civil
Espanhola com a ascensão de Franco ao poder, as oscilações de Stalin na Rússia,
os avanços perigosos da tecnologia nuclear, a vida no front, as fugas, as privações,
desilusões e tantas outras experiências com as minúcias que apenas Ken Follett
é capaz de captar e transmitir para os seus leitores.
Recomendo a série
para os curiosos ou apaixonados por história. Além de entretenimento de
primeira qualidade, Follett nos presenteia mais uma vez com uma magnífica aula
de história. E, por último, não poderia deixar de deixar também expressar aqui
minha admiração pela tradutora Fernanda Abreu, que traz sua excelência para
mais uma obra!
|| Informações:
Inverno do mundo do original Winter of the world
Escrito por Ken Follett e traduzido por Fernanda Abreu
Publicado no Brasil pela editora Arqueiro
875 páginas
|| Informações:
Inverno do mundo do original Winter of the world
Escrito por Ken Follett e traduzido por Fernanda Abreu
Publicado no Brasil pela editora Arqueiro
875 páginas
Não li ainda o primeiro, mas acho que vai ser uma leitura bem agradável.
ResponderExcluirMeu namorado gosta muito de história, e o estou incentivando a ler meus livros com teor histórico, e ele está gostando.
Acho que vou indicar esse p ele também :D
Mi parabéns pela resenha maravilhosa, não conhecia o assunto dessa serie e vc magicamente me orientou. Parece bem interssante, intenso e cheio de detalhes históricos, um prato cheio para quem gosta do estilo.
ResponderExcluirAdorei a história do livro e a resenha. Gosto muito de livros históricos, acho muito interessante o trabalho de pesquisa e fico imaginando as situações, costumes e cenários.
ResponderExcluirImagino que, ainda mais nesse caso, um período tão delicado e difícil, deve ser muito interessante de ser lido, especialmente quando o escritor é bom e consegue transmitir isso.
Thais Vianna
@dathais
Parece ser nada menos do que maravilhoso. Meu namorado comprou o primeiro volume dessa trilogia e ainda não leu, quem sabe pego na casa dele e leio primeiro huahau
ResponderExcluirPode até ser um livro que não pretendo ler agora por já estar atolada de leitura, mas definitivamente pretendo ler um dia.
Fiquei com uma impressão extremamente positiva desse autor; ele realmente deve escrever MUITO bem, para conseguir passar tudo isso, todos esses acontecimentos históricos marcantes inseridos em panoramas distintos, através de pontos de vista diversos.
Parece ser algo habilmente construído e magistralmente bem conduzido
Beijos!!
Terminei essa semana esse livro. Fiquei simplesmente maravilhada. Já havia lido Queda de Gigantes e esperei ansiosamente pela sequencia. Um passeio magnífico pela história nesse período conturbado, em alguns momentos cheguei às lágrimas com a brutalidade a que muitos povos foram submetidos. Simpatizei muito com a personagem Carla, alemã que lutou contra o nazismo, fiquei pensando em como esse povo sofreu privações com a derrota de seu país, sendo acusados pelo mundo todo, mesmo que muitos deles nunca tenham sido a favor da ideias do louco ditador Adolf Hitler.
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