Recentemente houve um boom na blogosfera literária - e cinematográfica - com o livro As vantagens de ser invisível por causa do filme recém lançado. E eu acabei conferindo o que tinha de tão bom no livro para tanta gente amar e algumas recomendarem como o melhor livro que já lido.
Narrado de forma epistolar, o livro possui um texto fluido, uma linguagem simples e um protagonista cativante. E eu acredito que a sua interação com o livro depende (1) das suas expectativa, (2) do momento da sua leitura e (3) das suas experiências de vida.
Um menino de 15 anos que de identifica por Charlie começa a escrever cartas para um desconhecido. Não sabemos quem é Charlie na verdade ou se o destinatário é real ou imaginário.
Nas cartas, ele fala da sua vida após o suicídio do seu melhor e único amigo, o início do ensino médio; sobre a sua família, do seu professor de Inglês avançado, seus novos amigos e diversos momentos e acontecimentos durante pouco mais de um ano.
O autor traz a tona assuntos como drogas, sexo, homossexualidade, gravidez na adolescência, cultura pop nos anos 90, filtrados pela inocência de Charlie. Em suas palavras, ele mostra sua ingenuidade, seus sentimentos e pensamentos com uma sinceridade tocante. E, aos poucos, vamos percebendo que os problemas de Charlie vão além dos problemas de interação e da fase adolescência.
É um livro que transmite emoções, mexe com sentimentos fortes, ri e chorei com As vantagens de ser invisível, mas não foi um livro cinco estrelas porque (1) eu estava com muitas expectativas para conhecer o Charlie e, embora ele transmita muito de si, só o vemos por dentro, eu adoraria ter visto ele de uma forma mais completa; (2) eu não consegui me identificar com os personagens, com a situação e com o enredo, ou seja, eu não assimilei nenhum daqueles sentimentos; (3) talvez não fosse o momento adequado de conhecer o Charlie porque eu tinha acabado de conhecer o Humbert Humbert, que é um personagem rico e perfeitamente construído.
Sobre o filme preciso dizer que amei os atores que interpretaram os personagens principais e devo admitir que nunca tinha visto a Emma Watson atuando. As adaptações e cortes são suficientemente agradáveis e só senti falta de mais detalhes sobre a irmã do Charlie, que o filme terminou suprimindo. No filme temos uma visão melhor sobre o que acontece com o Charlie, mas ainda me senti insatisfeita porque, pelo menos para mim, algumas coisas ficaram mal justificadas ou mal desenvolvidas. Talvez tenha sido porque não fiquei completamente envolvida.
Também terminei o filme chorando, mas não me sentindo infinita. Afinal, o que seria infinito na concepção de Charlie? Talvez infinito seja completo... Um livro emocionante, tocante, mas que sendo muito honesta não mudou minha vida nem minha forma de ver as coisas.
Informações:
As vantagens de ser invisível
Stephen Chbosky
Editora Rocco
Quarta feira sai a resenha de Lolita *-*
Quarta feira sai a resenha de Lolita *-*
Gostei bastante da resenha acho q vai entrar na minha lista. Não criei nenhuma expectativa com o livro, parece ser bom.
ResponderExcluirGostei muito da resenha e pena que você não conseguiu se sentir infinita. Não posso dizer o que é se sentir assim pro CHarlie, porque não sou ele. Posso dizer o que acredito que ele sinta que uma sensação plena, de pertencimento, de poder tudo (mas não o poder tudo comum, algo como ser tudo).
ResponderExcluirE acho que com o fim do livro, percebemos a importância do 'infinito' dele, já que ele ao longo das páginas nos mostra como ele é cuidado de modo especial pela família e pelos outros (mesmo que de modo diferente e ruim). Mas como ele se sente feliz em poder 'se sentir especial por alguém', com sua irmão, com seu professor, com Sam.
liliescreve.blogspot.com
Mi gostei demais da sua resenha. Parabéns pelas palavras e idéias!!!!
ResponderExcluirAinda não vi o filme mas quero.
Que amor essa resenha, to mudando minha forma de ver esse livro/filme.
ResponderExcluirParece ser muito mais do que eu imaginava, também quero chorar.
Ahhhhh que ódio!! Escrevi um comentário enorme e inspirado e página bugou. Que raaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiva. Calma, Eduarda, respire! Chega perdi a inspiração agora, não lembro nem metade do que escrevi.
ResponderExcluirEnfim...
Eu gostei muito da ideia desse livro. Eu acho que ele conseguiu atingir o âmago de certo público e alcançar uma profundidade que os levou a reflexão. Mas também não me identifico como maior público-alvo, tanto que não se tornou um dos meus favoritos, nem sequer cheguei a colocá-lo no meu ranking do ano passado, apesar de ter gostado da leitura.
Realmente depende muito das vivências e background de cada um. O nível de envolvimento com a leitura certamente será afetado por essas características. Porém, o talento do autor é inquestionável, até pelo fato de ter criado algo diferente; é um livro que tem voz, e acho que conseguiu inovar em meio a outros do gênero.
Beijos, Mi!