Um livro que me fez pensar em expectativas por dois aspectos: (1) se você tiver muitas (e determinadas) expectativas, não vai gostar e (2) ele trata de um personagem que cresce cercado por expectativas e é meio frustrado.
Colin é um rapaz que, aos 17 anos, foi dispensado pela 19ª vez. Todas as suas namoradas, sem exceção, chamavam-se Katherine. Agora, para superar esse mais pé na bunda, ele e seu único amigo, Hassan, decidem partir numa viagem de carro sem destino. Desde pequeno, Colin e sua família sabem que ele é um prodígio. Logo, ele pretende ter seu momento eureca e fazer algo para ser considerado verdadeiramente importante pro mundo (e para reconquistar a Katherine XIX). Aliás, Colin é um fug* fazedor de anagramas! Em sua viagem de carro, eles vão parar numa cidade bem do interior e são contratados por Hollis, a dona da fábrica que sustenta toda a cidade a escrever, a partir de entrevistas, a história da cidade e da fábrica. Logo Colin que não sabe contar uma história com começo, meio e fim! E é nisso que Lindsay, filha de Hollis, vai os ajudar.
Com um protagonista, a primeira vista insuportável, John Green consegue escrever um livro, para mim, completamente fascinante. Entendam: o Colin é chato! Dito isso, fica muito mais fácil encarar a leitura de O teorema Katherine. Ele é chato por ser diferente, por se fazer diferente e por querer ser diferente. Por t^-lo descoberto como um prodígio desde cedo, seu pai deposita muitas expectativas no Colin e ele acaba adquirindo todas essas expectativas e, aos poucos, vai se tornando frustrado por não fazer nada de genial. Aliás, o Colin acabou de sair de mais um namoro e, apesar de estar sofrendo, está decidido a usar isso para criar uma fórmula sobre o comportamento dos Terminantes e Terminados.
Ou seja, além de ser diferente, o Colin é uma pessoa obcecada: obcecado em ser importante, em terminar esse teorema, em suas Katherines, em diversas coisas pouco interessantes (cara, ele é uma enciclopédia ambulante!), em se achar entediante e na sua prodigiosidade. Mas é aí nesse ponto que John Green super acertou porque ele reflete exatamente a personalidade e comportamento de alguém que é constantemente pressionado a dar o melhor de si e ser sempre o melhor.
O leitor que estiver esperando um romance... bem... não vai encontrá-lo no primeiro plano. É um romance de formação, onde o personagem principal está se descobrindo e eu até digo: ele demora muito a se encontrar, a se perceber no mundo, a realmente compreender sua própria importância. Mas é muito bom observar a trajetória do Colin nisso. Além disso, os personagens coadjuvantes são um ótimo complemento a história, Hassan é uma graça, por exemplo.
Me convenceu (embora eu não entenda bulhufas de matemática), me conquistou e eu li bem rapidinho, portanto, recomendo. John Green é um excelente contador de histórias e causa muitas reflexões. ACEDE é "melhor", mas esse me pareceu menos previsível.
P.s. que dedicatória mais linda de todas é aquela? Só a dedicatória, vale o livro Todo!
P.s. (2) sobre o *, leia para sacar, hahaha.
P.s. (3) o livro tem as melhores notas de rodapé de todos os tempos!
Amiga adoro suas resenhas e confio muito na sua opinião, mas vc acredita que ainda não senti aquele instalo que desperta minha curiosidade para determinado autor e sua obra. Esse autor ainda não me convenceu mas vou pensar melhor sobre ele após sua opinião. Bjos e parabéns pela leitura.
ResponderExcluirLeituras, vida e paixões!!!
As notas de rodapé! Acredito que os pontos mais importantes sempre estão nos rodapés.,
ResponderExcluirOi Millena!
ResponderExcluirOlha, os livros do John Green não chamam minha atenção, mas sua resenha me deixou curiosa e acho que vou dar uma chance para O Teorema de Katherine. Os personagens parecem fazer a leitura valer a pena! :)
Beijos,
Rafa{Fascinada por Histórias}