Juro que quando surgiu a proposta de ler O Zahir eu pensei em ler novamente a biografia de Paulo (O Mago, escrita pelo super Fernando Morais) só para postar um breve comentário sobre sua vida, mas me bateu aquela preguiça de reler seiscentas páginas só para escrever um parágrafo e tendo vários outros livros na fila de ‘vou ler’.
Eu não gostava de Paulo Coelho porque sou brasileira e, é claro, todo bom brasileiro deve repudiar todas as obras dele.
Comecei o livro e logo percebi que realmente seria desnecessário ler qualquer coisa sobre Paulo Coelho, afinal ele mesmo enche seus livros de trechos autobiográficos.
À medida que fui lendo, encontrei em mim opiniões contraditórias e muitos questionamentos. Até que ponto os fatos narrados por Coelho correspondem à realidade com Christina?
O livro começa contando a história de um escritor e sua esposa jornalista que desapareceu. Repleto de pretensões filosóficas e frases para facebook, Paulete fala sobre o início da sua carreira e as dificuldades que enfrentou, faz uma crítica ao catolicismo e aos trilhos de trem, e mostra que, apesar de amar alguém, muitas vezes estamos tão centrados em nós mesmo que nem percebemos que este alguém está se afastando por falta de espaço. Daí um dia amanhece e a pessoa não está mais ali. Só sinais estão e sempre estiveram presentes.
Supostamente trocado por um rapaz mais novo, ele precisa recomeçar sua vida e se envolve com uma atriz famosa, que começa a preencher o seu tempo, mas não o seu pensamento, que está tomado por sua ex-mulher, ela se tornou um Zahir (na tradição islâmica, significa alguém ou algo que domina o pensamento de alguém).
Numa tarde de autógrafos, ele encontra o rapaz que roubou sua esposa e ele se vê diante da possibilidade de encontrar as respostas que precisa para esquecer a ex-mulher e seguir sua vida em paz. O rapaz é um ser especial e precisa da sua ajuda para disseminar a Energia do Amor.
Bem espiritual como só o Paulo Coelho, hein? Acho que o tema central do livro é o casamento, mas não recomendo! Durante todo o texto, PC busca fazer uma reconstrução do conceito de casamento, mas eu vi como uma desconstrução.
Desculpem, eu sou religiosa antiquada e compreendo paixões paralelas e casos extra conjugais como traições! E, não só nos laços matrimoniais, mas em qualquer relação afetiva, seja ela familiar ou profissional, uma traição é falta de respeito e amor.
No final fiquei mais chocada ainda com o absurdo!
Depois vou procurar O Alquimista para ler e dar uma nova chance ao autor, mas agora já posso dizer que não gosto do Paulo Coelho de uma forma justificada!
||Informações:
O Zahir
Paulo Coelho
Editora Gold
254 páginas
||Recadinhos:
-Se alguém se interessar em trocar este livro, comenta, ok?
-Tia Ana, obrigada pelo livro!!