Os livros de John Boyne são sempre muito queridos para mim, mas
não porque são leves e rápidos, é justamente o contrário. Eles são bem escritos
e com longas narrativas – não falo de número de páginas, falo da forma como as
histórias discorrem. Sim, admito e alerto, são livros lentos.
Acabei de ler pela segunda vez o livro O garoto no convés e fiquei encantada com a história novamente.
O livro traz uma perspectiva diferente para o motim que aconteceu
no HMS¹ Bounty e é narrado através por um marinheiro de primeira viagem: O
jovem John Jacob Turnstile, um órfão que cresceu nas ruas de Portsmouth vivendo
de pequenos furtos. Aos 14 anos, é flagrado roubando um relógio de um fidalgo
francês e mandado para a cadeia, mas o homem decide interceder por ele e propõe
substituir o tempo de prisão por um serviço a bordo de uma fragata inglesa, o Bounty,
no cargo de criado do capitão. Sem muita escolha, o rapaz aceita a proposta e
aproveita a oportunidade para se livrar da realidade em que vive.
Sem jamais ter estado a bordo de um navio, os primeiros dias são
bastante enjoados para o garoto, mas logo ele é forçado a se adaptar à vida no
mar e é contemplado com uma grande aventura, muitos ensinamentos e a companhia do
capitão tenente William Bligh.
É uma característica de John Boyne criar uma nova versão para
fatos reais ou usar histórias reais para a ambientação de seus livros.
O livro é rico em conteúdo, um excelente romance de formação.
Acompanhamos o crescimento do jovem Turnstile, que embora já tenha sofrido
muitas coisas na infância, chega ao navio muito ingênuo e aos poucos vai
aprendendo sobre lealdade, honra, respeito e sobre os homens. Os personagens
são ricos e bem construídos. O comandante Bligh é um personagem ora
sentimental, ora rude, mas adorável. Sem ser excessivamente descritivo em
detalhes técnicos náuticos, o autor usa o navio como um cenário cativante,
engraçado.
Aliás, toda a história tem um quê de aventura, drama e graça. A
forma como o jovem Turnstile narra a sua história a bordo do Bounty é sempre
muito engraçada; a sua percepção das coisas, sua preguiça, suas desavenças,
suas ingenuidades são todas contadas de uma forma rabugenta que termina sendo
bem humorada.
Turnstile e nós temos diversas lições sobre a lealdade e o
respeito. Um livro super recomendado!
Minhas impressões com a releitura...
Esse é um livro grandioso e com muitas coisas a transmitir. Na
segunda leitura, tive uma percepção ainda maior dos sentimentos abordados. John
Boyne é um excelente autor e tem uma ótima imaginação, sua pesquisa histórica é
muito fidedigna; é um livro para ler com calma, para ser apreciado. Com personagens
que deixam saudades e conquistam o leitor. Mais uma vez me senti encantada. Os
fatos apresentados são realistas, são críveis, despertam prazer na imaginação.
Sobre o Bounty...
Sim, Bligh, o Bounty e o motim existiram! A fragata foi enviada ao Taiti a fim de colher mudas de fruta-pão para alimentar os escravos na Jamaica. Talvez nós brasileiros saibamos poucos sobre esse motim porque não temos uma cultura náutica tão forte quando a inglesa. Mas acho que é muito melhor ler o livro sem conhecer muito sobre a história real.
¹Navio de Sua Magestade.
Clique na imagem abaixo para conferir a ficha técnica do livro:
Nunca li nada do autor, o que achei legal é ele usa um fato real, e pelo jeito que descreveu parece que ele fez um bom trabalho nisso.
ResponderExcluirsome-fantastic-books
Sou doida p ler este livro, desde quando li O menino do Pijama listrado.
ResponderExcluirQueria ler so por causa do autor, mas pelo q tu disse, vejo que posso esperar uma grande historia.
Eu nunca esse livro, mas li O menino do pijama listrado. O livro é bem diferente do filme, no filme eles retratam a mãe como se ela fosse uma pessoa boa e no livro ela é muito má e sem contar que o final é diferente.
ResponderExcluirBeijokas :*
Blog da Mylloka
Não conhecia esse livro, mas amei sua resenha e com certeza o leria se tivesse oportunidade.
ResponderExcluirSou muito fã dele também. Já li todos e fico sempre na expectativa de um lançamento.
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