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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Livros brasileiros: e que nada nos impeça.

Ontem levantei a ideia de que nada nos obrigue de ler livros nacionais... e hoje eu acrescento e que nada nos impeça.

Porque, sim, existe ainda muito preconceito com os autores brasileiros como se eles fossem menos capazes de produzir uma história, isso me parece uma síndrome de colonialidade... embora eu não queira de forma alguma entrar nesse assunto. Temos grandes escritores em todos os ramos da literatura, alguns já são clássicos, alguns já morreram e são mesmo assim imortais. 

E temos alguns autores mais jovens que ainda estão em construção, que ainda caem sobre os clichês, mas muitos autores estrangeiros também fazem isso. Aliás, as grandes divas do romance e chick lit, por exemplo, muitas vezes apelam para os clichês, claro que a prática torna a escrita melhor, mais elaborada, aos poucos aprendem sobre as preferências do seu público e trabalham em cima disso.

O que me incomoda é o preconceito, algumas pessoas perdem a oportunidade de ler um bom livro só porque o autor é brasileiro. Autores brasileiros são muito bons também. E talvez seja por causa desse preconceito que os autores apelam tanto por atenção, criticam tanto o mercado.

Livros são livros e histórias são histórias em qualquer condições. Nós temos muito preconceito com Paulo Coelho, mas lá fora o cara é simplesmente idolatrado. Talvez ele não faça o seu tipo (ou o meu, que não faz mesmo), mas não dá para dizer que o cara é ruim só porque é brasileiro.

Muita gente olha de lado para um livro só porque ele foi escrito por um brasileiro, acha a capa muito boa, a sinopse muito boa e desiste de levar somente porque é nacional. Já disse ontem e digo hoje que raramente levo a nacionalidade de um autor em consideração na hora de escolher um livro.

Não existem motivos para que nós tenhamos que ler livros/autores brasileiros, mas também não existem razões para não ler.

Então, sobre a leitura de literatura nacional eu só tenho a pedir que nada nos obrigue e que nada nos impeça.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Livros brasileiros: que nada nos obrigue.

Eu li Dom Casmurro duas vezes. Nenhuma dessas leituras foi obrigatória.

Eu também já li Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Clarice Lispector, Moacyr Scliar, Ariano Suassuna, Aluísio Azevedo, Graciliano Ramos... mas não só os clássicos: eu já li Martha Medeiros, Adriana Falcão, Marçal Aquino, Chico Buarque, Arnaldo Jabor, Paulo Coelho, Walcyr Carrasco, Thalita Rebouças, Marcelo Rubens Paiva, Fernando Morais, Laurentino Gomes... mas não só os consagrados: Tammy Luciano, Marina Carvalho, Tico Santa Cruz, Fabiane Ribeiro, Vanessa Bosso... e até mesmo religiosos Pe. Fábio de Melo e Gabriel Chalita...

Alguns recomendo, outros não... quando o assunto são autores/livros brasileiros, não estou nem a favor nem contra e hoje pretendo explicar o motivo.

O mercado literário é difícil. Essa é a frase mais clichê quando o assunto é viver de literatura no Brasil... (viver de literatura é basicamente escrever algo que as pessoas leiam, gostem, indiquem, recomendem... e as vendas cresçam). E vários autores usam desse argumento para completar que os leitores não dão valor aos excelentes autores nacionais e que isso piora o cenário... Simplesmente não justifica.

Não existe um gênero "literatura brasileira" e ler ou não livros nacionais não aumenta ou diminui as qualidades de um leitor. Aliás, se uma pessoa não sentiu interesse em ler nenhum livro que tenha um escritor brasileiro, não significa que ela está contribuindo para as dificuldades da literatura nacional. Ninguém é obrigado.

A verdade é que a escolha de um livro envolve vários fatores como capa, sinopse, indicações... quando o autor é conhecido, o nome dele também pode pesar como ponto positivo ou negativo. Mas raramente olho a nacionalidade do autor para formar uma opinião sobre um livro.

São frequentes as campanhas "eu leio nacionais, eu incentivo a literatura nacional, eu apoio autores nacionais"... Isso sempre me parece uma apelação do tipo "mesmo que você não queira, leia para nos ajudar". Não acho que devemos ler livros brasileiros somente porque o mercado brasileiro é difícil... um bom livro é um bom livro independente de quem o tenha escrito e de onde esse autor tenha nascido ou crescido (para incluir a Lispector nessa categoria).

Aliás, as pessoas ficam meio avessas à literatura nacional porque, na escola, somos obrigados a ler José de Alencar (que, sim, já li, espontaneamente), Machado de Assis, Álvares de Azevedo... e alguns outros mais novos que tenham ganhados seus Jabutis da vida... e ler por obrigação é a coisa mais insatisfatória do mundo. A obrigação torna o livro chato.

Então, minha campanha é que nada nos obrigue, que não existam motivos para ler livros brasileiros além da pura vontade de ler. Eu, Millena, leio o que quero, incentivo a leitura e apoio os bons livros.

P.s. (1) amanhã tem a continuação dessa temática: e que nada nos impeça! e (2) eu nunca li Monteiro Lobato.