segunda-feira, 3 de junho de 2013

As aventuras de Pi, Yann Martel

As aventuras de Pi chegou num momento crítico da minha vida e foi uma leitura muito bem vinda e enriquecedora, apesar de ter se estendido tanto.

Piscine Molitor Patel é um rapaz indiano que cresceu num zoológico. Seu nome foi escolhido em homenagem a uma piscina francesa e, para se esquivar das zoações dos colegas, ele adota o apelido "Pi" (como a letra que representa o número 3,14∞). Nascido hindu, ao crescer Pi decide também seguir ao islamismo e cristianismo e sua fé nas três doutrinas é admirável.

Aos 16 anos, ele, sua família e alguns animais do zoológico, que foram vendidos, partem num cargueiro chinês rumo ao Canadá. No meio da viagem, algo inesperado acontece e a embarcação afunda ficando num bote salva-vidas apenas Pi, Richard Parker (um tigre-de-bengala), um orango-tango, uma zebra e uma hiena.


Entre a dor de ter perdido sua família e a esperança de ser em breve resgatado, Pi usa toda sua fé para enfrentar as desventuras que estão por vir.

É um pouco desnecessário trazer para cá detalhes sobre a trama deste livro, o filme foi lançado recentemente  e muita gente já teve a oportunidade de conferir. Apesar de não ter problemas em ver antes de ler, eu escolhi ler o livro primeiro.

No começo, Pi nos apresenta sua família, algumas pessoas importantes, sua rotina, suas crenças, a vida no zoológico e alguns fatos 'menos importantes'. Diante da expectativa de saber como  é a convivência com o felino, essa parte pode parecer desnecessária. Mas, ao fim do livro, fica a sensação de que cada cena, cada descrição, cada parte, tudo é fundamental na trama e na compreensão das atitudes de Pi e de quem ele é.

A melhor parte, claro, é descrição da convivência com o tigre, que se torna crível apesar de ser surreal pela habilidade do autor em transmitir todas as sensações e sentimentos do garoto, seus pensamentos, ora lógicos e racionais, ora perturbados e desesperadores, sua fé inabalável. Foi justamente isso o que me surpreendeu em As aventuras de Pi: a concisão da narrativa do autor. Ele consegue estabelecer um ritmo de raciocínio que condiz com o perfil do personagem e convence o leitor dos fatos.

Ele não transforma um tigre em um gatinho, ele expõe o lado mais instintivo que pode ser despertado no ser humano pela fome, sede e desejo de viver. No fim, não vi Pi e Richard Parker como uma dupla unida em busca da sobrevivência, mas concordo que um foi fundamental para o outro.

Confesso que li o livro lentamente, por causa da universidade, por causa da mente estafada, por causa de problemas pessoais, por causa do sono excessivo e de  uma pu*a ressaca literária, mas que isso não desmereça o livro excelente que tive a oportunidade de ter nas mãos.


Recomendo!

MARTEL, Yann. As aventuras de Pi. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
Cedido em parceria com a editora Nova Fronteira.

4 comentários:

  1. Sabe que eu tava muito animada pra ler ele e meio que desanimei por causa daquela coisa da cópia da ideia do Moacyr Scliar, mas sua resenha me animou de novo!

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  2. Eu não consegui me interessar pelo livro nem pelo filme.

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  3. Ainda não tive oportunidade de ler/assistir As aventurar de Pi... Quase comprei o livro outro dia, mas não tive taaanto interesse (uma pena).

    Beijos
    www.procurei-em-sonhos.com

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  4. Mi adorei sua resenha, parabéns pelas ótimas palavras. Quero ver o filme quando tiver oportunidade.
    Desejo que vc consiga sair dessa ressaca literária o quanto antes. Bjos querida!!!!

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Obrigada!