Eu preciso ser bem honesta com
vocês: a autora Marina Carvalho produz histórias que me arrebatam, me fazem
rir, vibrar, torcer e suspirar. E são livros que recomendo para quem está
chegando agora nesse universo literário: as histórias são leves, engraçadas,
com uma linguagem acessível, com tiradas engraçadas e personagens doces, que
conquistam fácil o leitor.
O outro livro (Simplesmente Ana) tem uma trama clichê,
que me agradou e desagradou simultaneamente. Novamente, foi isso que aconteceu.
Apesar de eu ter devorado ambos os livros. Vou explicar cuidadosamente o que
aconteceu, além de estabelecer algumas comparações nas tramas da Marina Carvalho.
Eu não sou velha nem li tantos
livros assim, mas já sou um pouco chata e seletiva no que consumo. Marina
Carvalho tem muito talento, mas sinto que ainda falta um tanto de maturidade e
criatividade nas suas elaborações, tanto pela construção da trama quanto dos
personagens. Pensando em público alvo, ela é perfeita.
Se Simplesmente Ana era extremamente parecido com O diário da princesa (não há como negar), este [Azul da cor do mar] me fez lembrar A moreninha. E, logo do começo, já dá
para perceber os rumos que a história vai tomar (bem, digamos que eu já tenho
um tanto de experiência para identificar clichês).
No mais, chick lits e romances juvenis sempre têm tantos clichês que não
podemos desmerecer uma obra por causa disso, é preciso atentar para como o autor
age em cima desse fato. E Marina Carvalho se sai bem, ela tem uma mão boa, na
minha opinião.
Agora deixando as aleatoriedades
para lá...
Quando criança, durante umas
férias em Iriri, Rafaela se encantou ao avistar um rapazinho um pouco mais
velho que ela entrando no mar com um envelope. No auge dos seus dez anos e
sendo a caçula e única menina de quatro filhos, claro que ela nem tinha como
saber quem era o rapaz... tudo bem tudo bom, problema que Rafaela cresceu
especulando e fantasiando a respeito do Menino da mochila xadrez e escrevendo
obsessivamente para ele em um caderninho.
Agora, prestes a se formar em
Jornalismo na PUC-Minas, ela está passando por um processo de seleção para uma
vaga de estagiário na Folha de Minas,
o de maior circulação no Estado. Aprovada, ela vai trabalhar ao lado de
Bernardo, um excelente jornalista investigativo, mas uma pessoa completamente
intratável, arrogante, mal humorada, que não sabe de forma alguma trabalhar em
grupo e que está determinado a transformar o sonhado estágio em um completo
inferno.
Paralelamente, um jornalista
gatinho da editora de esportes está caidinho pela estagiária novata. Mas ela
não consegue se envolver com ninguém por causa do rapaz da mochila xadrez que
não sai da sua cabeça... Agora está na hora de Rafaela se decidir sobre o seu
passado, deixar para trás ou ir atrás?
Rafaela é uma personagem super
tranquila! Dá para levar numa boa sua obsessão com o rapaz da mochila xadrez, é
mais um amiguinho imaginário que ela idealizou e para quem escreve, desabafa e
tudo o mais. Algumas coisinhas minúsculas nela me incomodaram, como o excesso
de vaidade, mas são coisas que ela mesma justifica, afinal, ela é a única
menina entre três meninos, a vaidade é uma marca do seu lado feminino
incentivada pela mãe. Ou seja, ela sempre está descrevendo a roupa que está
usando, sempre falando em marcas e se dizendo a fashion. Outro aspecto que me chateou nela foi a infantilidade e
ingenuidade para algumas decisões. Bernardo é um homem daqueles! Difícil de
lidar, com um humor ácido, lindo e... irresistível! Sim porque aos poucos ele
vai demonstrando algumas qualidades.
Novamente, a autora passa por
algumas coisas de forma superficial: tipo aquele sequestro, tudo se resolve de
um jeito quase fantasioso! No romance, a autora repete a fórmula: o afeto entre
os personagens vai surgindo aos poucos, eles vão se descobrindo, se encantando,
se conhecendo, negando e se rendendo. E também em outro momento que as coisas
estão aparentemente indo super bem, ela coloca uma dificuldade descabida para
dificultar a história. O mais lindo desse livro é que os protagonistas aprendem
um com o outro, eles amadurecem juntos, eles se transformam.
É mais um daqueles romances
docinhos, com momentos de aventura, para dar boas risadas e sonhar com um
grande amor, nem grandes dramas nem grandes tramas...
Por fim, deixo aqui o link de uma entrevista que a autora cedeu para o blog Magia Literária, falando principalmente sobre Simplesmente Ana e falando por alto sobre "O garoto da mochila Xadrez". Sim, esse título combinaria mais com a história, mas ficam aqui meus cumprimentos para quem quer que tenha evitado isso.
Oi, Millena!
ResponderExcluirAcabei de ler esse livro a poucos dias, e eu gostei muito dele! Sou fã dos romances água com açúcar, chick lits divertidos e gosto dos clichês; acho que por isso amei tanto o livro. A Marina Carvalho me conquistou desde Simplesmente Ana pela forma como ela escreve que é muito acessível e gostosa de ler. :D
Beijos,
Rafa {Fascinada por Histórias}
Mi vc já deve ter percebido que estou cada dia mais encantada com essa autora. Já li dois contos dela e pretendo ler, em breve, Simplesmente Ana (já tenho na estante) para depois comprar e ler Azul da cor do mar. Estou amando as resenhas positivas sobre esse livro e estou cada vez mais curiosa. Enfim parabéns pela leitura e obrigada por compartilhar suas observações e resenha.
ResponderExcluirLeituras, vida e paixões!!!
Eu gostei bastante desse livro.. E como nao li a moreninha nao posso falar das semelhancas...
ResponderExcluirhttp://foreverabookaholic.blogspot.com.br