quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A livraria 24 horas do Mr. Penumbra

Ou Tecnologia x Livros


Clay Jannon estava desempregado e, procurando um emprego, encontrou uma vaga para atendente noturno na Livraria 24 horas do Mr. Penumbra, uma loja de livros bem peculiar. Não era bem o que ele estava planejando para sua vida, mas era a única oportunidade no momento.

Frequentada por um grupo esquisito de clientes que costuma pegar emprestados uns livros velhos e estranhos de uma área reservada das estantes, a livraria quase não realiza vendas e as vezes nem tem títulos que sejam do interesse das pessoas.



Aliás, Clay recebe, assim que é contratado, a recomendação de não ler nenhum dos livros que somente os sócios têm acesso e ele tem que registrar a aparência e o aspecto (físico, psicológico e emocional) de cada um desses clientes em um livro estranho.

Disposto a melhorar as vendas da livraria por meio de publicidade, Clay atrai uma funcionária do Google que o inspira a oferecer um pouco de tecnologia ao ambiente e ambos decidem digitalizar alguns dados para facilitar o funcionamento. Sem querer, Clay desvenda alguns mistérios acerca dessa esquisita livraria e seu dono que podem levá-lo a descobrir o segredo da imortalidade.

Com uma narrativa leve e fluída, Robin Sloan conseguiu me convencer, me deixou na expectativa por uma grande revelação e conseguiu, com simplicidade, me surpreender no final.

Com um ar de mistério e conspiração, o autor traz diversas reflexões sobre o embate de mídias: tecnologia digital x livros, sem sobrepor nenhum e sem ser tradicionalista defendendo exclusivamente o papel. Chega a ser irônico que um livro exponha os benefícios da tecnologia e das mídias digitais, mas Robin Sloan conseguiu fazer isso muito bem!

Quando a Amazon veio com seu Kindle para o Brasil e incentivou a expansão da Kobo e das livrarias digitais, vários blogs levantaram o debate: livro físico ou digital? Acho que A livraria 24 horas do Mr. Penumbra responde da seguinte forma: nem um nem outro. Os dois. As mídias não devem competir (sim, o livro é uma mídia), as mídias devem se aliar e ter um objetivo em comum.

Clay é um personagem daqueles que não conquista nem afeto nem desafeto. Mas conquistou meu respeito por ser tão comum e não ficar se lamentando - principalmente por ter amigos que tiveram maior sucesso na vida que ele - durante todo o livro, ele leva a vida sem contar seus sucessos e fracassos como um indicador de personalidade, ele sabe sobre seus erros, mas não usa isso contra si mesmo. Um cara positivo sem ser otimista e pé no chão sem ser pessimista. Eu gostei dele :)

Por fim, o livro traz uma boa argumentação para o questionamento sobre a vida eterna e me satisfez de verdade por apontar algo em que acredito.

Até depois de amanhã tem promoção rolando no facebook, clique na imagem abaixo para participar:


2 comentários:

  1. Mi adorei sua resenha e pelo que vc relatou tenho certeza que eu gostaria desse livro.
    Também concordo com vc que ambas as midias são validas, nao entendo pq as pessoas ficam querendo que uma derrube a outra, penso que da mesma forma como as pessoas são diferentes as midias existentes também precisam ser diferentes para que todos possam ter acesso a informação e cultura através do meio que lhe for mais interessante e até acessível.
    Muito interessante o concurso cultural, respondi lá no face mas nem sei se fiz correto, vamos ver se dou sorte né!!!???
    Bjos queridona!!!!

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  2. Eu tenho este livro, mas como eu sou muito enrolada e não sigo a linha de leitura que eu criei, acabei não lendo ainda.
    Parece ser bem legal, mas ainda não tenho ideia de quando vou finalmente conhecer essa livraria hehehe

    Bjs
    <3

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Obrigada!