segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O menino da mala de Lene Kaaberbøl e Agnete Friis

Nina é uma enfermeira dinamarquesa que trabalha para uma rede que atua ajudando refugiados de outros países. Sua vida, com o marido e os dois filhos, segue oscilando até que uma antiga amiga pede que ela vá numa estação buscar uma mala no guarda-volumes.

Na Lituânia, Sigita está procurando seu filho, que supostamente havia sido levado pelo seu ex marido enquanto ela estava num hospital com alto teor de álcool no sangue. Seu desespero começa quando ela percebe que ele foi sequestrado e ela não sabe se foi por motivos pessoais ou para o tráfico e exploração.

Paralelamente, Jan está desesperado para manter sua família e, para isso, precisa investir muito dinheiro em uma encomenda, mas as coisas fogem do seu controle.

O que há dentro da mala? Nina só descobre ao abrí-la: um menino de 3 anos, nu e dopado, mas vivo. De onde veio e o que fazer com ele?


Minhas expectativas com esse livro oscilaram absurdamente, até que ele chegou às minhas mãos e eu fiquei encantada pela capa e pelo kit. 


(clica na foto para ver lá no insta!)
No começo, a leitura não fluiu muito e isso chega a ser um caso engraçado. O motivo foram os nomes dos personagens e dos lugares, com caracteres diferentes e impossíveis de ler! Eu já sou ruim com nomes ... tudo só complicou.

Também no começo, é um pouco difícil guardar todos os fatos "picados" na cabeça. E acho que as autoras pecaram nesse quesito do suspense, ele não me pareceu natural logo de cara. Mas logo a coisa fluiu e eu me vi arrebatada.

O livro conta histórias que acontecem simultaneamente e que se cruzam. As autoras têm um jeito cru e frio de dizer exatamente aquilo que precisa ser dito, de expor os fatos e os sentimentos sem máscaras, sem camuflagens. Quando peguei o embalo, não conseguia mais largar.

Além do lado thriller, o livro explicita coisas que são ignoradas, como o tráfico e a exploração sexual de crianças e mulheres, a negligência das autoridades. Diversos aspectos desse submundo são trazidos à superfície e são assustadores por serem reais e, apesar de estarem bem longe nessa história, acontecem bem perto.


Só não entendi porque comparar à trilogia Millennium. Nina Borg e Lisbeth Salander não têm nada a ver (Publishers Weekly fez a comparação e está na capa do livro). Salander é mais carismática, mais inteligente, mais segura. Nina Borg não chega a tanto. Talvez ela me conquiste melhor nos próximos, já que se trata de uma série. Estou bem ansiosa pelo próximo principalmente porque esse se encerra com uma abertura arrepiante.

Eu gostei bastante dos personagens, da forma real que foram construídos. Nina Borg, embora não tenha sido para mim como a Lisbeth Salander, é uma boa protagonista, bem crível e em vários momentos compreendi o posicionamento dela diante dos fatos, diante da sua realidade.

O livro é narrado em terceira pessoa e tem capítulos curtos, o que ocasiona a quebra que citei acima, mas a escrita das autoras é bem constante, em nenhum momento dá para sentir que são duas autoras.

O menino da mala, Lene Kaaberbøl e Agnete Friis, cedido em parceria com a editora Arqueiro.

2 comentários:

  1. Mi também tenho dificuldade com nomes de personagem. Uma vez li um livro d origem alemã então os nomes doa personagens e ruas era tão estranho que confesso que nem lia, pulava os nomes.
    A capa desse livro é bem diferente. Confesso que no inicio nao chamou minha atenção mas depois de ler algumas resenhas fiquei curiosa. Em relação a temática lembrei do livro Cruzando o caminho do sol que me marcou muito com informações sobre o trafico humano.
    Parabéns pela leitura e resenha.
    Bjos

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  2. Ei Millena

    Estava curiosa, ainda não tinha visto resenha deste livro. Eu recebi também, mas nem devo ler por agora, fila de espera enorme.
    Eu odeio quando ficam comparando com um livro famosinho, normalmente não tem nada haver mesmo. Ainda mais Millennium, tem que ser muitoooo bom para chegar perto rs.
    Gostei da historia, apesar desta confusão que vc falou no início, fiquei bem mais curiosa para ler.
    Não tinha ideia que era uma série. O.O
    bjs

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Obrigada!