As aventuras de Pi chegou num momento crítico
da minha vida e foi uma leitura muito bem vinda e enriquecedora, apesar de ter
se estendido tanto.
Piscine Molitor
Patel é um rapaz indiano que cresceu num zoológico. Seu nome foi escolhido em
homenagem a uma piscina francesa e, para se esquivar das zoações dos colegas,
ele adota o apelido "Pi" (como a letra que representa o número
3,14∞). Nascido hindu, ao crescer Pi decide também seguir ao islamismo e
cristianismo e sua fé nas três doutrinas é admirável.
Aos 16 anos, ele,
sua família e alguns animais do zoológico, que foram vendidos, partem num
cargueiro chinês rumo ao Canadá. No meio da viagem, algo inesperado acontece e
a embarcação afunda ficando num bote salva-vidas apenas Pi, Richard Parker (um
tigre-de-bengala), um orango-tango, uma zebra e uma hiena.
Entre a dor de ter
perdido sua família e a esperança de ser em breve resgatado, Pi usa toda sua fé
para enfrentar as desventuras que estão por vir.
É um pouco
desnecessário trazer para cá detalhes sobre a trama deste livro, o filme foi
lançado recentemente e muita gente já
teve a oportunidade de conferir. Apesar de não ter problemas em ver antes de
ler, eu escolhi ler o livro primeiro.
No começo, Pi nos
apresenta sua família, algumas pessoas importantes, sua rotina, suas crenças, a
vida no zoológico e alguns fatos 'menos importantes'. Diante da expectativa de
saber como é a convivência com o felino,
essa parte pode parecer desnecessária. Mas, ao fim do livro, fica a sensação de
que cada cena, cada descrição, cada parte, tudo é fundamental na trama e na
compreensão das atitudes de Pi e de quem ele é.
A melhor parte,
claro, é descrição da convivência com o tigre, que se torna crível apesar de
ser surreal pela habilidade do autor em transmitir todas as sensações e
sentimentos do garoto, seus pensamentos, ora lógicos e racionais, ora
perturbados e desesperadores, sua fé inabalável. Foi justamente isso o que me
surpreendeu em As aventuras de Pi: a concisão da narrativa do autor. Ele
consegue estabelecer um ritmo de raciocínio que condiz com o perfil do
personagem e convence o leitor dos fatos.
Ele não transforma
um tigre em um gatinho, ele expõe o lado mais instintivo que pode ser
despertado no ser humano pela fome, sede e desejo de viver. No fim, não vi Pi e
Richard Parker como uma dupla unida em busca da sobrevivência, mas concordo que
um foi fundamental para o outro.
Confesso que li o
livro lentamente, por causa da universidade, por causa da mente estafada, por
causa de problemas pessoais, por causa do sono excessivo e de uma pu*a ressaca literária, mas que isso não
desmereça o livro excelente que tive a oportunidade de ter nas mãos.
Recomendo!
MARTEL, Yann. As aventuras de Pi. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
Cedido em parceria com a editora Nova Fronteira.
Sabe que eu tava muito animada pra ler ele e meio que desanimei por causa daquela coisa da cópia da ideia do Moacyr Scliar, mas sua resenha me animou de novo!
ResponderExcluirEu não consegui me interessar pelo livro nem pelo filme.
ResponderExcluirAinda não tive oportunidade de ler/assistir As aventurar de Pi... Quase comprei o livro outro dia, mas não tive taaanto interesse (uma pena).
ResponderExcluirBeijos
www.procurei-em-sonhos.com
Mi adorei sua resenha, parabéns pelas ótimas palavras. Quero ver o filme quando tiver oportunidade.
ResponderExcluirDesejo que vc consiga sair dessa ressaca literária o quanto antes. Bjos querida!!!!