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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Corcunda de Notre Dame de Victor Hugo


Eu li: O Corcunda de Notre Dame, Victor Hugo,
Ed. Martin Claret, texto integral,
tradução de Jean Melville*, 459 páginas.
*****
O livro é, no início, cansativo e confuso, principalmente enquanto o autor descreve detalhadamente a arquitetura e as catedrais de Paris, fazendo comparações entre os séculos XV - época que se passa a história - e XIX - época em que o livro foi escrito e publicado.
Para quem, como eu, assistiu a adaptação da Disney, fica a ansiedade de encontrar semelhanças na história e a decepção - não sei se esta é a palavra mais adequada - por não encontrá-las de fato.
Victor Hugo é bastante detalhista e paciente ao descrever minuciosamente cenas e ambientes, isto torna a narrativa bastante lenta. A história é deliciosa porque os amores são puros e falhos, devotos e doentios, as paixões são doces e destrutivas.
Em alguns momentos, é quase impossível largar o livro, o enredo deixa um desejo insaciável, uma ansiedade nervosa para descobrir mais e mais, entretanto, como todo clássico de verdade, em outros momentos ele é um excelente chá para dormir e faz você se perguntar: por que estou lendo isto mesmo?

O início da história circula em torno de Esmeralda, uma cigana encantadora que desperta a paixão e arranca suspiros de vários personagens da obra, entre eles o padre Cláudio Frollo**, o capitão Febo, o escritor fracassado Pedro Gringoire** e até mesmo o corcunda Quasímodo.
Tive a impressão que toda a trama acontece apenas porque o arcediago Frollo se apaixona por Esmeralda e não sabe controlar este sentimento tão avassalador que alcança o ódio. Ele ocasiona todo o mal à jovem cigana e os que lhe cercam - abalando desde os ciganos ladrões do Pátio dos Milagres até o rei Luís XI. A engrenagem do enredo começa a funcionar quando Esmeralda é condenada à forca acusada de ter apunhalado o capitão Febo.
Até o meio da obra, Quasímodo não tem importância ou significado e isso fica acentuado pela sua surdez o que o impede de se comunicar com outras pessoas, mas quando o corcunda, coxo e cego de um olho - é muita infelicidade em torno de uma pessoa só - aparece efetivamente na história é quase impossível não se encantar com sua doçura.
O livro tem amor, paixão, realidade, preconceito, sociedade, fé, religião, boçalidade, mistério e encanto. E eu termino O Corcunda de Notre Dame com lágrimas nos olhos.

*A Editora Martin Claret tem alguns problemas quanto aos direitos autorais de traduções;
** Os nomes podem variar de acordo com a tradução/edição.